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Atualização de dados do coronavírus no Brasil de 29 de março
Boletim do Ministério da Saúde fala na possibilidade de “aceleração descontrolada” do coronavírus| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O Ministério da Saúde avalia que quatro estados do país (São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Amazonas), além do Distrito Federal, podem entrar em fase de "aceleração descontrolada" na transmissão do novo coronavírus.

A informação consta de um boletim epidemiológico do Ministério sobre o coronavírus publicado na sexta-feira (3). O documento destaca que a situação nas cinco unidades da federação é preocupante principalmente quando se leva em consideração a incidência de casos. O índice nacional é de 4,3 para 100 mil habitantes. Nestes estados, no entanto, o coeficiente é maior:

  • Distrito Federal - 13,2 por 100 mil habitantes
  • São Paulo - 9,7 por 100 mil habitantes
  • Ceará - 6,8 por 100 mil habitantes
  • Rio de Janeiro - 6,2 por 100 mil habitantes
  • Amazonas - 6,2 por 100 mil habitantes

O Ministério da Saúde ressalta que, até o momento, com 9.056 casos e 359 mortes, a transmissão da Covid-19 ainda está "na fase inicial" no país, mas que nestes quatro estados e no DF "a fase da epidemia pode estar na transição para fase de aceleração descontrolada". O Ministério menciona, no boletim, quatro fases epidêmicas (epidemia localizada, aceleração descontrolada, desaceleração e controle).

Ministério preocupado com testes do coronavírus e leitos de UTI

O mesmo documento do Ministério da Saúde ressalta as preocupações com a estrutura do país para o combate à Covid-19. "Este evento representa um risco significativo para a saúde pública, ainda que a magnitude (número de casos) não seja elevada do mesmo modo em todas os municípios", destaca um trecho do texto.

Em relação aos testes para identificação do coronavírus, a pasta constata que a capacidade laboratorial do Brasil é insuficiente para dar resposta a essa fase da epidemia e que, para o momento mais crítico da emergência, será necessária a realização de 30 a 50 mil testes por dia. Para isso, o Ministério da Saúde está estabelecendo parceria público-privada com grandes redes de laboratórios e ampliando a capacidade de laboratórios centrais de saúde pública nos estados, na Fiocruz e no Instituto Evandro Chagas. "No entanto, não há escala de produção nos principais fornecedores para suprimento de kits laboratoriais para pronta entrega nos próximos 15 dias", ressalta o texto.

O Ministério ainda fala da preocupação com a carência de profissionais de saúde capacitados para manejo de equipamentos de ventilação mecânica, fisioterapia respiratória e cuidados avançados de enfermagem direcionados para o manejo clínico de pacientes graves de Covid-19, bem como de profissionais treinados na atenção primária para o manejo clínico de casos leves de Síndrome Gripal.

Sobre a infraestrutura hospitalar, o documento ressalta que "os leitos de UTI e de internação não estão devidamente estruturados e nem em número suficiente para a fase mais aguda da epidemia."

Cloroquina e isolamento

O boletim epidemiológico do Ministério da Saúde mantém a cautela em relação à utilização da Cloroquina como possível medicamento para o combate à Covid-19. O documento classifica como promissora a possibilidade de tratamento da Cloroquina associada ao antibiótico Azitromicina, mas ressalta que ainda não há "evidência robusta de que essa metodologia possa ser ampliada para população em geral". Na avaliação da pasta, são necessárias mais duas a três semanas para que os resultados sejam efetivamente robustos e apoiem a adoção dessa medida.

O documento ainda defende as medidas de isolamento que estão sendo adotadas em vários estados do Brasil e que tem sido criticadas pelo presidente Jair Bolsonaro.

No texto, o Ministério da Saúde avalia que as estratégias de distanciamento social contribuem para evitar o colapso dos sistemas locais de saúde e afirma que "as Unidades da Federação que implementaram medidas de distanciamento social ampliado devem manter essas medidas até que o suprimento de equipamentos (leitos, EPI, respiradores e testes laboratoriais) e equipes de saúde (médicos, enfermeiros, demais profissionais de saúde e outros) estejam disponíveis em quantitativo suficiente, de forma a promover, com segurança, a transição para a estratégia de distanciamento social seletivo".

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