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Técnicos do Ministério da Saúde em entrevista coletiva
Técnicos do Ministério da Saúde em entrevista coletiva| Foto: Reprodução/TV Brasil

Após a explosão de casos de Covid-19 no Brasil e o avanço da doença pelo interior dos estados, o Ministério da Saúde apresentou nesta quarta-feira (24) sua estratégia de testagem de massa da população. De acordo com os técnicos da pasta, em entrevista coletiva, o programa Diagnosticar para Cuidar, que está em andamento há alguns dias, pretende testar 46,5 milhões de brasileiros com testes rápidos ou moleculares. Isso equivale a 22% da população.

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São dois braços. O Confirma Covid-19 pretende avaliar 24,5 milhões de brasileiros com testes RT-PCR, que são mais confiáveis por serem capazes de identificar a carga viral no corpo de um paciente. O outro braço, o Testa Brasil, pretende analisar 22 milhões com testes sorológicos, que identificam se o paciente tem anticorpos contra o novo coronavírus. Esta segunda modalidade avalia se a pessoa já teve contato com o vírus, mas pode apresentar falhas dependendo do dia da testagem.

A pasta admitiu que o Brasil só tem conseguido avaliar pessoas que estão internadas com sintomas de Síndrome Respiratória Aguda Grave, o que prejudica um panorama real de como está a doença – se a pessoa não foi hospitalizada, dificilmente é exposta a um teste. “Vamos expandir essa testagem [com RT-PCR, mais eficiente] para as unidades sentinela, na atenção básica, nos centros de atendimento de Covid e demais serviços de saúde para coletarmos 100% dos casos com síndrome gripal [sintomas como febre, coriza, calafrios]”, destacou Arnaldo Correia de Medeiros, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.

Estas amostras serão levadas aos laboratórios centrais (Lacens) dos estados para a análise. A quantidade que os laboratórios não conseguirem analisar, serão transportadas para a Fundação Oswaldo Cruz no Rio de Janeiro e Paraná e para o Dasa, em São Paulo. Esses locais têm centrais de análise com mais capacidade instalada.

Segundo a pasta, o governo já adquiriu 11 milhões de testes RT-PCR e repassou 3,8 milhões deles aos estados e municípios. Porém, somente 860 mil haviam sido realizados. São números referentes ao serviço público. A rede privada realizou outros 600 mil testes RT-PCR. De acordo com os técnicos, o repasse não foi total por falta de insumos para completar a coleta ou análise e pela limitação na capacidade dos laboratórios.

Esses números se somam a cerca de 1,5 milhões de testes rápidos (os sorológicos) já realizados no país.

A pasta indicou que a pasta “buscará” chegar nos 46,4 milhões de testes realizados nos próximos meses, mas sem especificar uma data.

Foco no interior

De acordo com os técnicos do ministério, o programa foca sobretudo no interior do país, que tem visto um aumento preocupante de casos.

“Nas últimas semanas a gente viu que a doença caminhava para o interior. Existe uma população brasileira que está presente no interior e que precisa ser assistida e diagnosticada nesta fase que nós ainda temos um quantitativo relativamente pequeno no número de casos. Portanto, podemos cuidar dessa população fazendo esse diagnóstico”, disse Medeiros.

“Quando fazemos o diagnóstico de um caso leve, ou seja, um caso de síndrome gripal, isso facilita [o controle]. Uma vez que essa pessoa é identificada por critério laboratorial, ela adota todas as medidas de isolamento. Com isso você poderá prevenir a ocorrência de novos casos. Se ela não soubesse seu resultado, poderia transmitir a doença a outras pessoas”, complementou Greice Madeleine, diretora substituta do departamento de Estratégia de Vigilância em Saúde.

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