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O procurador Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, em palestra no Congresso Nacional Sobre Macrocriminalidade e Combate à Corrupção, em Curitiba.
O procurador Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.| Foto: Hedeson Alves/Gazeta do Povo

Em vídeo divulgado no fim da tarde desta segunda-feira (10), o procurador da República e coordenador da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, defendeu as ações da operação e comentou as supostas conversas entre ele e o ex-juiz federal e atual ministro da Justiça, Sergio Moro.

Dallagnol afirma que a Lava Jato em Curitiba sofreu o ataque de um "criminoso que invadiu contas de celulares e sequestrou contas de aplicativos de contas de mensagens e se fez passar por jornalistas e procuradores". Ele afirma ainda que não reconhece a fidedignidade das mensagens, mas reconhece que podem gerar desconforto, e que a Lava Jato irá ouvir as críticas da sociedade.

O procurador diz temer que o avanço de divulgações possa deturpar fatos. “Em primeiro lugar, é normal que procuradores e advogados conversem com o juiz, mesmo sem a presença da outra parte. O que deve se verificar é se nessas conversas houver conluio ou quebra de imparcialidade”, destaca.

Segundo o procurador, a imparcialidade é demonstrada pelo fato de a Justiça ter negado “centenas de pedidos do Ministério Público”. Ele lembra que 54 pessoas acusadas pelo MP foram absolvidas, e que o MP recorreu por não aceitar a decisão da Justiça.

“E os atos da Lava Jato são revisados por três instâncias independentes do poder Judiciário, por vários julgadores”, diz.

Provas do caso Triplex e liberdade de imprensa

Uma das supostas conversas vazadas seria sobre a preocupação de Deltan Dallagnol quanto a solidez das provas contra o ex-presidente Lula no caso do tríplex do Guarujá, em 2016.

“Antes da acusação, o MP analisa de forma intensa e crítica para não oferecer acusação frágil e injusta. As provas eram robustas. Tanto que nove julgadores concordaram com a robustez e condenaram”, avalia o procurador.

O jurista aproveitou ainda para defender o posicionamento do Ministério Público para impedir a concessão de entrevista de Lula a jornalistas. “A força tarefa [da Lava Jato] entende que a prisão em regime fechado restringe o direito de comunicação com a imprensa. Não é uma questão de liberdade de imprensa. É uma questão de liberdade do preso, e vale para qualquer pessoa, independente de ser ou não político, ou do partido político”, afirma.

Deltan destaca que essa foi a posição manifestada em autos de execução penal e que será reforçada.

Deltan Dallagnol e a Teoria da conspiração

Para o procurador, acreditar que a Lava Jato é uma operação partidária é uma “teoria da conspiração sem base”. Ele lembra que apenas em Curitiba são 15 procuradores que atuam na força tarefa, além de 30 servidores e dezenas de agentes públicos na Receita Federal, na Polícia Federal.

“Só a delação da Odebrecht nomeou 415 políticos de 26 diferentes partidos. Ou seja, a Lava Jato é contra a corrupção seja de quem ela for”, defende.

O procurador ainda defende a legitimidade da atuação e que não caminha com a linha de “os fins justificam os meios”.

Ele ainda cita que foram acusadas pela Lava Jato mais de 400 pessoas, sendo que 150 condenadas por lavagem de dinheiro e organização criminosa. “Mais de R$ 13 bilhões estão sendo recuperados para os cofres públicos”, diz. Ele adianta ainda que estão sendo negociados acordos que pretendem buscar a recuperação de mais de R$ 1 bilhão.

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