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Deltan Dallagnol
Procurador Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, pode ser promovido e deixar a operação| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, apresentou nesta segunda-feira (21) uma objeção à sua possível promoção à procurador regional da República. Se fosse promovido, ele passaria a atuar na segunda instância, mas teria que deixar as investigações da operação.

A promoção de Deltan era vista nos bastidores como uma “saída honrosa” para ele deixar a Lava Jato em meio à pressão causada pela divulgação de conversas do Telegram atribuídas a ele e outros investigadores. Como se opôs à promoção, o procurador vai continuar à frente da força-tarefa no Paraná.

Se não tivesse se manifestado contrário à promoção, Deltan estaria apto a ocupar uma das dez vagas de procurador regional da República. Nove destas vagas são em Brasília e uma em Porto Alegre. Deltan integra o grupo de procuradores que podem ser promovidos por merecimento, já que são os mais antigos da carreira. Quem bate o martelo sobre as promoções é o Conselho Superior do Ministério Público (CSMP), que tem uma reunião marcada para o dia 5 de novembro.

Deltan pode ser afastado do cargo

Deltan ainda pode ser afastado da Lava Jato pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que fiscaliza a atuação dos procuradores. Um dos pedidos feitos ao CNMP é da senadora Katia Abreu (PDT-TO), que alega estar agindo para "proteger a operação" e explora o revés imposto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) com a proibição de um fundo da Lava Jato com dinheiro recuperado da Petrobras e os questionamentos à remuneração obtida por Dallagnol ao longo da operação com a realização de palestras. Kátia pede, ainda, que o procurador seja alvo de uma "remoção por interesse público".

Além do pedido de Katia Abreu, há outras oito reclamações contra a atuação de Deltan no CNMP, que podem levar ao seu afastamento da Lava Jato. Um dos processos, movido pelo presidente do STF, Dias Toffoli, foi suspenso pela Justiça por tempo indeterminado. O ministro questiona uma entrevista de Deltan à rádio CBN, em que ele disse que os ministros do Supremo passam uma mensagem de leniência com a corrupção em suas decisões.

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