O deputado federal Pastor Marco Feliciano (Podemos-SP) protocolou, na terça-feira (17), na mesa diretora da Câmara, um pedido de impeachment contra o vice-presidente da República Hamilton Mourão (PRTB).
O parlamentar acusa o general da reserva de crime de responsabilidade por “agir de maneira indecorosa e indelicada” com o presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Feliciano diz que “nunca antes nos primeiros 100 dias de um governo um vice-presidente agiu de maneira tão indecorosa e indelicada, desdizendo tudo o que o presidente da República diz”.
A gota d’água para o pedido de impedimento, segundo o deputado, foi o fato de a página oficial de Mourão no Twitter ter curtido uma postagem da jornalista Rachel Sheherazade. No tuíte, ela compartilhou uma entrevista do vice-presidente nos Estados Unidos (veja abaixo) e fez elogios a ele:
"O vice-presidente Mourão curtiu uma fala estranha de uma jornalista que vive para alfinetar nosso presidente, dizendo que quando Bolsonaro sai do país, o pais de fato é governado", explicou Feliciano.
Na semana passada, Feliciano se encontrou com o filósofo e escritor Olavo de Carvalho, que vive nos EUA, um dos maiores críticos da ala militar do governo Bolsonaro. O vice-presidente Mourão é o principal alvo das críticas de Olavo, que o acusa de conspirar contra o presidente da República.
"Eu me recuso a chamar ele (Mourão) de general, porque ele não é general no nosso governo. No nosso governo ele é um vice-presidente, um civil", esbravejou o deputado no vídeo em que anuncia o pedido de impeachment no plenário da Câmara.
O pedido de impeachment segue agora para análise do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que é a autoridade competente, segundo a Constituição, para decidir se acolhe ou arquiva o pedido.
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