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Novamente no centro de uma polêmica envolvendo membros de facção criminosa, o ministro da Justiça, Flávio Dino, já foi criticado por ir à favela dominada pelo Comando Vermelho.
O caso aconteceu em março deste ano quando o ministro adentrou a favela Nova Holanda, na Zona Norte do Rio de Janeiro, sem maiores dificuldades e sem grande esquema de segurança.
O local é de difícil acesso até para esquadrões especializados da Polícia Militar.
Na época, um vídeo mostrando a chegada do ministro ao local para um compromisso oficial na sede de uma ONG gerou críticas por deixar evidente a facilidade com que ele e a comitiva adentraram o Complexo da Maré.
O local, formado por 16 favelas, tem o poder dividido pelo Comando Vermelho e o Terceiro Comando Puro (TCP), as principais facções do estado, o que gera uma série confrontos armados entre os grupos.
Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), membros descaracterizados da Polícia Federal (PF), além de integrantes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), da Polícia Militar e Polícia Civil do estado teriam participado da segurança do ministro.
No entanto, conforme apurou a Gazeta do Povo na época, alguns poucos agentes de segurança ficaram a postos de longe, fora da favela, em inferioridade bélica, posicional e numérica em relação aos narcotraficantes.
Procurados pela Gazeta, policiais experientes disseram que a visita do Ministro seria impossível sem o aval do tráfico.
Desde o episódio, quando questionado pela oposição sobre sua ida à Maré, Dino acusa os críticos de preconceito contra pobres e reafirma que visitará o local e outros reconhecidamente dominados pelo tráfico sempre que for convidado.
Nesta segunda-feira (13), uma reportagem do Estadão relatou dois encontros da ativista de direitos humanos, Luciene Barbosa Farias, com secretários de Dino nas dependências do Ministério da Justiça.
Acontece que Luciene é esposa do traficante e líder do Comando Vermelho, Clemilson dos Santos Farias, mais conhecido como “Tio Patinhas”. A parceria com o criminoso rendeu a Luciene o apelido de “dama do tráfico amazonense”.
Dino disse que não foi avisado que seus assessores das secretarias de Assuntos Legislativos e de Políticas Penais tiveram reuniões com Luciene e afirmou que nunca recebeu no Ministério da Justiça qualquer “líder de facção criminosa, ou esposa, ou parente, ou vizinho”.
Acontece que a reportagem do Estadão não cita em momento algum que os encontros teriam se dado dentro do gabinete do ministro.
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