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Eduardo Bolsonaro
No início de março, Deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) causou uma inédita reação diplomática ao dizer que a culpa pela pandemia era da China.| Foto: Marcos Correa/PR

A Embaixada da China em Brasília afirmou nesta sexta-feira (27) que tentativas de "difamar" o país por causa da pandemia da Covid-19 irão "fracassar". A manifestação ocorre depois de uma conversa telefônica entre os presidentes Jair Bolsonaro e Xi Jinping e da reunião emergencial dos líderes do G-20, por videoconferência. "Acreditamos que quaisquer tentativas de difamar a China e minar a fraternidade China-Brasil, seja quem for o seu autor, seja como for a sua forma, serão fracassadas", afirmou a representação, em nota oficial. A diplomacia chinesa afirma ter constatado que surgiram no Brasil grupos e indivíduos que "fabricaram e disseminaram boatos maléficos e incitaram a xenofobia e racismo e até espalharam ódio".

Nas últimas semanas, grupos de direita apoiadores do governo Jair Bolsonaro passaram a se referir ao novo coronavírus como "vírus chinês", a mesma forma usada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que trava disputa comercial, tecnológica e geopolítica com Pequim. Filho do presidente da República, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) causou uma inédita reação diplomática ao dizer que a culpa pela pandemia era da China e que a "ditadura" do Partido Comunista Chinês ocultou a gravidade da Covid-19, o que teria causado mais mortes. Para apaziguar o incidente na semana passada, o embaixador chinês Yan Wanming exigiu desculpas e a retirada da declaração, o que não ocorreu.

Nesta semana, o parlamentar voltou a difundir nas redes sociais teorias sem comprovação que acusam o governo comunista chinês de usar o novo coronavírus para criar uma crise mundial e associam as desavenças do pai com governadores de Estado a uma conversa deles com o embaixador.

Após a primeira manifestação de Eduardo, integrantes do governo federal passaram a questionar abertamente a confiabilidade dos dados de Pequim, entre eles o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Foi uma mudança de postura, já que inicialmente o ministro havia pedido respeito aos chineses vítimas da doença. Em nota, a embaixada disse que o governo Xi Jinging conseguiu "conter a propagação de forma efetiva" e afirmou que trabalha com transparência. A diplomacia afirma que os resultados alcançados pelo país são "reconhecidos" pelas Nações Unidas e OMS e que "a abordagem chinesa virou referência para o mundo".

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