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Presidente Jair Bolsonaro cumprimenta populares na entrada do Palácio da Alvorada na manhã desse sábado (18). Foto: José Cruz/Agência Brasil
Presidente Jair Bolsonaro cumprimenta populares na entrada do Palácio da Alvorada na manhã desse sábado (18). Foto: José Cruz/Agência Brasil| Foto: José Cruz/Agência Brasil

Em evento com simpatizantes e colaboradores do partido Aliança pelo Brasil nesse sábado (18), o presidente da República, Jair Bolsonaro, voltou a falar do atentado que sofreu durante a campanha eleitoral em 2018. Para ele, o autor da agressão, Adélio Bispo, é protegido pelo sistema.

Além disso, o presidente comentou a polêmica demissão do Secretário de Cultura, Roberto Alvim, atacou a esquerda e o pedagogo Paulo Freire, celebrou a ausência de denúncias de corrupção contra seus ministros e o lucro das estatais em 2019 e aproveitou para criticar antigos aliados. A taxação da energia solar também entrou em pauta no evento.

Facada

Bolsonaro voltou a abordar o atentado que sofreu durante a campanha e disse que o autor da facada, Adélio Bispo de Oliveira, é protegido. "Jamais o sistema podia sonhar que uma pessoa, com o nosso perfil, poderia chegar à Presidência da República. A facada só aconteceu quando este sistema teve a certeza de que a única maneira de nos deter seria a eliminação física. E não é a toa que o assassino é protegido até hoje", acrescentou.

Em maio do ano passado, a Justiça concluiu que Adélio tem transtorno mental e é inimputável - ou seja, é incapaz de entender seu crime e responder por seus atos.

Vítima fatal

Sem fazer referência à recente demissão do Secretário de Cultura, Roberto Alvim, que fez um vídeo com referências nazistas, Bolsonaro afirmou que as "cascas de banana" para o governo não surgem "do nada". "Alguém coloca ela (a casca) ali. É comum isso acontecer no meu governo", afirmou. "A grande maioria a gente consegue desviar, mas de vez enquanto algumas fazem vítimas fatais no País", acrescentou.

Corrupção

O presidente celebrou também o fato de que sua equipe ministerial não enfrentou denúncias de corrupção nesse primeiro ano de governo. "Nosso grande compromisso de campanha foi cumprido: a escolha de um ministério isento. Graças a Deus, nenhuma denúncia de corrupção se abateu sobre os nossos ministros e os nossos presidentes de estatais", disse.

A afirmação, no entanto, tem algumas ressalvas já que ao menos três integrantes de seu governo, incluindo seu aliado mais próximo, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, são alvos da justiça. O atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, foi denunciado por suposto esquema de candidaturas-laranja do PSL em Minas Gerais, em 2018. Lorenzoni é alvo de investigação do Ministério Púbico sobre repasses de caixa dois. Já o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi condenado em 2018 em primeira instância por improbidade administrativa.

Durante o evento, Bolsonaro também citou o resultado obtido pelas estatais em 2019. "Em 2015, o Brasil teve prejuízo na casa de R$ 50 bilhões com estatais. No ano passado, um lucro de R$ 150 bilhões", afirmou.

Aparelhamento

Bolsonaro voltou a criticar o que categorizou como ‘aparelhamento’ do País e a metodologia adotada pelos governos anteriores principalmente na educação. "Um País em parte, aparelhado, não apenas por pessoas... que até nem culpo, porque foram educadas na escola com essa doutrinação. Temos que tirar da cabeça aquilo que foi colocado lá atrás, pelo ídolo da esquerda, o Paulo Freire, para colocar coisa boa dentro da cabeça das pessoas, para resgatá-las", acrescentou.

Educador e filósofo, Paulo Freire é um dos pedagogos mais respeitados em todo o mundo. Ele faleceu em 1997.

PSL

Durante o evento, o presidente também fez referências indiretas à relação com seu antigo partido, o PSL. "Como disse, é pesado. Decepções, ingratidões, gente que se revela depois que assume o poder, gente que pede cargo e responde: você já teve um cargo acima do nosso nome, o seu mandato", citou o presidente. "Mas nem isso satisfez uma parte daqueles que chegaram conosco para ocupar a Câmara e o Senado Federal", acrescentou.

“Taxação do sol”

Bolsonaro disse que o governo teve uma "decisão difícil" há duas semanas, relacionada à possível taxação da energia solar. "(Houve) lobbies fortíssimos para que houvesse a taxação desta fonte", afirmou.

No último dia 15, Bolsonaro confirmou que não haveria taxação da energia solar, mesmo após relatório do Ministério da Economia afirmando que o subsídio para painéis solares terá impacto de aumento na conta de luz de todos os consumidores, em R$ 56 bilhões até 2035.

Para o presidente, a função do Estado é não atrapalhar a vida da população. "Temos que mudar uma cultura no Brasil. Somos ainda um País estatizante", acrescentou.

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