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O vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Edson Fachin falou sobre uma “onda de populismo autoritário” que estaria se levantando no mundo. Na mesma linha, a ministra e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mencionou “um populismo que avança em termos de desinformação” que estaria “contaminando as liberdades”.
As falas ocorreram durante um seminário internacional intitulado "O Tribunal Permanente de Revisão do Mercosul: relevância e perspectivas", realizado pelo STF nesta sexta-feira (8).
"Atentemos para o cenário presente. Liberdade e democracia são condições de possibilidade de um futuro habitável. Uma onda de populismo autoritário se levanta", disse Fachin, sem especificar a quem estava se referindo.
Na sequência, o vice-presidente do STF também mencionou “um novo vírus” e a necessidade de uma “vacina”. “Se uma onda de populismo totalitário se levanta e se um novo vírus se espalha e quer contaminar sistemas de justiça, creio que uma vacina interpela a têmpera dos tribunais, ou seja, cumpre resiliência e vigilância democrática”, disse o ministro. Fachin falou ainda que pretende fomentar a defesa do estado de direito e a busca por “jamais abdicar da liberdade da democracia”.
Cármen Lúcia cita desinformação entre temas mais importantes para a humanidade
Em seu pronunciamento, a ministra Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) elencou três temas como os mais importantes na atualidade: questão climática, criminalidade transnacional organizada e a desinformação.
Para ela, o mundo enfrenta riscos democráticos mesmo diante de uma série de eleições que deveriam preservar a democracia.
“Nunca tivemos tantas eleições no mundo, mas com tantas preocupações sobre democracia, parecia, num primeiro momento, até uma contrariedade, mas que não é. O que nós temos é um mundo com muitas eleições, mas com riscos democráticos efetivos pelo populismo demagógico e, principalmente, um populismo que avança em termos de desinformação, contaminando as liberdades”, disse a ministra.