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Guedes nega aumento de impostos e defende congelamento de salário dos servidores
| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

"É fundamental que o dinheiro da saúde não tenha sequer a possibilidade de virar aumento de salário para funcionalismo no ano que vem”. Essa foi uma das frases utilizadas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, para defender, mais uma vez, que Jair Bolsonaro (sem partido) vete a possibilidade de conceder reajustes salariais aos servidores públicos por 18 meses. "O que pedimos agora é que o funcionalismo público faça uma contribuição", disse.

As declarações foram dadas durante uma live neste sábado (9), promovida pelo Itaú BBA. Guedes afirmou que, caso o presidente da República confirme o veto para o aumento salarial do funcionalismo, fica garantido que, já em 2021, o Brasil volta para a trilha do ajuste fiscal.

"Se o presidente vetar esse aumento, como disse que vai fazer, o déficit fiscal extraordinário por conta das medidas para combate à pandemia fica restrito a este ano", disse Guedes. Ele afirmou ainda que é preciso garantir que, em 2021, os gastos com Previdência, os juros da dívida e as despesas com funcionalismo, sem o aumento, sigam controlados.

Segundo o ministro, existe uma consciência hoje no Brasil sobre a necessidade da sustentabilidade fiscal. "Mudamos o regime fiscal. Em vez de freio monetário e 'fiscal' frouxo, passamos para ajuste fiscal, com juros mais baixos e câmbio mais alto", disse.

Medidas contra o coronavírus

Na mesma videoconferência, o ministro Paulo Guedes aproveitou para defender medidas tomadas pela equipe econômica para apoiar o consumidor e também as empresas durante a atual crise.

Ele avaliou que a reação do Brasil foi rápida e acima da média inclusive de países avançados. “Lá fora nós estamos sendo muito elogiados pela velocidade e intensidade das respostas”, disse Guedes.

Nesse contexto, o ministro comparou o Brasil aos Estados Unidos. Disse que as medidas implementadas pelo governo brasileiro ajudaram a preservar mais de 6 milhões de empregos, enquanto os norte-americanos registraram mais de 20 milhões de desempregados.

O ministro, ao mesmo tempo, não diminuiu o tamanho da crise. "Eu não vou minimizar o impacto. O PIB tá em queda forte. Eu tô só chamando a atenção de que estamos conseguindo manter os sinais vitais de funcionamento da economia brasileira", afirmou.

A recuperação em "V"

O ministro da Economia insistiu na tese de que o Brasil terá uma recuperação rápida após a crise provocada pela pandemia do coronavírus. "Os sinais são interessantes sobre a preservação de saúde e as perspectiva é de saída em "V". O Brasil está surpreendendo. A hipótese menos provável para o Brasil é a da prolongada recessão", previu.

Guedes ainda garantiu que o governo Bolsonaro não vai aumentar a carga tributária. "Criar impostos, para aumentar carga tributária, não será no nosso governo", disse. Ele enfatizou também que a ideia de saída da crise econômica através de investimento público ou de impostos não vai acontecer.

Economia x Saúde

Ainda durante a transmissão, o ministro defendeu o presidente Jair Bolsonaro. "Toda vez que ele fala de economia dizem que ele está menosprezando a saúde. É claro que ele tá dando uma ênfase agora muito maior para a economia e a ênfase da saúde foi dada nos primeiros dois meses pelo ministro da Saúde anterior", disse Guedes.

O ministro da Economia disse que é preciso achar "um caminho do meio" e que sabe se tratar de um equilíbrio difícil. "Eu gosto muito da imagem do pássaro ferido que quer começar a voar e precisa das duas asas de novo", se referindo ao combate da pandemia tanto nas questões sanitárias, quanto econômicas.

O presidente ainda disse, sobre as declarações de Bolsonaro à imprensa, que o presidente da República "respeita quem o respeita". "Então quem desrespeita o presidente, ele passa ali toda manhã na mídia convencional e devolve a carga de desrespeito que ele sofreu”, declarou Paulo Guedes, fazendo referência às afirmações de Bolsonaro diariamente a jornalistas na saída do Palácio da Alvorada.

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