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Coletiva sobre a 63ª fase da Operação Lava Jato. Da esquerda para direita: Thiago Giavarotti (delegado da PF), Sérgio Busato (delegado regional executivo), Luciano Flores (superintendente PF-PR) e os procuradores do MPF  Antonio Welter e Laura Tessler.
Coletiva sobre a 63ª fase da Operação Lava Jato. Da esquerda para direita: Thiago Giavarotti (delegado da PF), Sérgio Busato (delegado regional executivo), Luciano Flores (superintendente PF-PR) e os procuradores do MPF Antonio Welter e Laura Tessler.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

A 63ª fase da operação Lava Jato, chamada “Carbonara Chimica” e deflagrada nesta quarta-feira (21), prendeu Maurício Ferro, genro de Emílio Odebrecht. Na casa de Ferro, em São Paulo, foram encontradas quatro chaves criptografadas, que seriam uma espécie de token de acesso ao sistema de planilhas da Odebrecht.

"Já há alguns anos na Lava Jato nós buscamos essas chaves de criptografia e hoje nós conseguimos encontrar quatro delas. Isso foi muito positivo, porque é uma grande chance de elas serem os instrumentos que nós precisávamos para acessar dois contêineres de informação do sistema que era utilizado pelo setor de operações estruturadas da Odebrecht", disse o delegado que coordenou esta fase da operação, Thiago Giavarotti.

As chaves são fisicamente como um pen drive, na prática funcionam como um software capaz de abrir "um computador portátil". De acordo com o delegado, elas devem passar por perícia e espera-se que deem acesso a novos dados contidos nas pastas secretas da empreiteira, no sistema Drousys. Ferro seria o responsável “por dar um jeito” nas chaves, segundo o delegado Giavrotti.

Dos dois mandados de prisão temporário expedidos, apenas o ex-diretor jurídico da Braskem, parte do grupo Odebrecht, Maurício Ferro foi preso nesta manhã. Ele é um dos poucos executivos que não assinou o acordo de delação premiada. O outro alvo da operação, o advogado Nilton Serson, está nos Estados Unidos, mas seus advogados já foram informados sobre o mandado.

De acordo com a procuradora do Ministério Público Federal, Laura Tessler, Serson foi contratado pela empreiteira, mas não prestava serviços de fato. Com os 18 “contratos simulados” ele teria recebido R$ 78 milhões, utilizados para lavagem de dinheiro e repasse para terceiros. O valor total da operação chegaria a R$ 118 milhões, nãos se sabe exatamente em que contas estão os valores, de acordo com Tessler. Uma parte do dinheiro estaria na Suíça e outra nos Estados Unidos.

A Braskem fechou acordo de leniência e as informações conseguidas a partir dele geraram o material que resultou na 63ª fase da operação. Dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos em São Paulo e oito na Bahia. Um dos alvos de busca e apreensão foi bernardo Grandin, ex-presidente da Braskem.

Acordos com ex-ministros e medidas provisórias 

Foram bloqueados ativos financeiros dos investigados no valor de R$ 555 milhões, referentes ao que os investigados teriam lucrado com a aprovação das MPs 470/2009 e 472/2009, que beneficiaram a empresa.

Maurício Ferro teria negociado com os ex-ministro Antonio Palocci e Guido Mantega a aprovação das MPs. Durante a negociação contratou os serviços de advocacia de Serson, que deveriam ser tributários, área em que ele não atuaria de fato. De acordo com Laura Tessler, procuradora do MPF, Serson seria um advogado de área de família.

Os valores foram pagos próximos às resolução das MPs. Para o delgado que coordenou a operação, a empreiteira fazia investimentos milionários nas medidas, para receber um retorno bilionário.

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