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Deltan Dallagnol e outros procuradores da força-tarefa da Lava Jato no Paraná. Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo
Deltan Dallagnol e outros procuradores da força-tarefa da Lava Jato foram vítimas de uma ação hacker.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

A força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal (MPF) no Paraná acredita que "diálogos inteiros podem ter sido forjados" pelo hacker que invadiu celulares e grupos de mensagens de procuradores da República. A constatação ocorre após a revelação, nesta quarta-feira (12), de que um invasor virtual se passou por integrante do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) para conversar com outros procuradores.

"Uma informação conseguida por um hackeamento traz consigo dúvidas inafastáveis quanto à sua autenticidade, o que inevitavelmente também dará vazão à divulgação de fake news", disse o MPF, em nota.

Um novo diálogo atribuído ao procurador Deltan Dallagnol, chefe da Lava Jato no Paraná, – e cuja autenticidade é questionável –, veio à tona nesta quarta e envolve um ministro do Supremo Tribunal Federal.

No comunicado, os procuradores ressaltam que as "investidas criminosas contra celulares de autoridades de diferentes instituições da República continuam a ocorrer com o claro objetivo de atacar a operação Lava Jato".

"Mais uma vez, na noite da última terça-feira, 11 de junho, um hacker passando-se por um integrante do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), cuja identidade virtual havia sequestrado, entabulou conversas com outras autoridades e ainda em grupos de aplicativos de trocas de mensagens eletrônicas. Distorcendo fatos, o hacker enviou mensagens com o objetivo claro de desacreditar a imagem de integrantes da força-tarefa, estimulando ainda que seu interlocutor as compartilhasse com o viés de 'queimar a imagem' dos integrantes do MPF", ressalta a força-tarefa.

"A divulgação de supostos diálogos obtidos por meio absolutamente ilícito, agravada por esse contexto de sequestro de contas virtuais, torna impossível aferir se houve edições, alterações, acréscimos ou supressões no material alegadamente obtido", prossegue o comunicado.

A Lava Jato afirma haver notícia de ataques a jornalistas, integrantes do poderes Executivo e Judiciário, e memebros do Ministério Público "em uma ação hostil, complexa e ordenada, típica de organização criminosa". "Os relatos dos fatos foram incluídos nas investigações em curso, e a força-tarefa, em virtude da continuidade dos ataques, redobrou as cautelas de segurança".

"É necessário não apenas identificar e responsabilizar o hacker, mas também os mandantes e aqueles que objetivam se beneficiar desses crimes a partir de uma ação orquestrada contra a operação Lava Jato", afirmam.

A força-tarefa da Lava Jato em São Paulo disse que "os procuradores da República Thaméa Danelon e Andrey Borges de Mendonça sofreram tentativa de invasão em seus celulares funcionais no mês de maio". "Na ocasião, o ataque foi prontamente percebido e bloqueado por ambos. Na época, os dois procuradores já não integravam a Força Tarefa da Lava Jato em São Paulo".

Suposta mensagem de Dallagnol para Moro cita ministro do STF

O programa "É da Coisa", ancorado pelo jornalista Reinaldo Azevedo na rádio Band News FM, divulgou nesta quarta-feira um novo diálogo que teria sido travado supostamente entre o procurador Deltan Dllagnol, chefe da força-tarefa do MPF no Paraná, e o ex-juiz Sergio Moro, atual ministro da Justiça.

Azevedo leu a suposta conversa trazida pelo jornalista Leandro Demori, editor-chefe do The Intercept, portal que divulgou pela primeira vez que um hacker obteve mensagens supostamente comprometedoras no aplicativo telegram do telefone de Dallagnol.

O diálogo teria sido travado no dia 22 de abril de 2016 no contexto da divulgação dos grampos telefônicos entre os ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva. Na ocasião, Moro foi repreendido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, então relator da Lava Jato na Corte.

Na suposta mensagem, Dallagnol relataria em um grupo de procuradores uma conversa com o ministro do STF Luiz Fux em que o magistrado se colocou à disposição da força-tarefa para o que fosse preciso. O procurador teria, então, repassado o diálogo para Moro, que retrucou: "Excelente. In Fux we trust". Ou seja, em Fux, nós confiamos.

O MPF não se manifestou sobre a veracidade desse diálogo.

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