O jurista Manoel Carlos de Almeida Neto, de 44 anos, que foi confirmado por interlocutores como o escolhido do futuro ministro Ricardo Lewandowski para ser o “número 2” do Ministério da Justiça, tem uma relação muito próxima – de amizade fora das repartições públicas – com o magistrado aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF).
Os dois se conheceram em 2002 em Ilhéus, na Bahia, durante um evento jurídico. Manoel Carlos ainda era um estudante de Direito quando foi incentivado por Lewandowski a seguir a carreira jurídica e lecionar Teoria do Estado.
Essa orientação resultou em uma parceria profissional duradoura, com o jurista sendo apadrinhado pelo magistrado e posteriormente se tornando seu assessor no STF em 2006.
Ao longo dos anos, Manoel desempenhou papéis importantes na Corte, incluindo o de secretário-geral da Presidência do STF (2014-2016) e da presidência do Tribunal Superior Eleitoral do Brasil (2010-2012), ambos períodos em que Lewandowski estava à frente das instituições.
Casado e pai de dois filhos, Manoel Carlos de Almeida Neto é pós-doutor e doutor em Direito pela Universidade de São Paulo, além de escritor – lançou o livro “O colapso das Constituições do Brasil: uma reflexão pela democracia”.
Sua trajetória inclui também uma passagem como diretor jurídico da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) em 2016, decisão incentivada por Lewandowski, indicando sua atuação fora do âmbito do Judiciário.
Após a aposentadoria de Lewandowski em abril de 2022, ele buscou emplacar Manoel como seu sucessor no STF, evidenciando a proximidade de ideias entre os dois.
No entanto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) optou por Cristiano Zanin, ex-advogado que o defendeu nos processos derivados da Operação Lava Jato.
O jurista pediu demissão da CSN no começo desta semana para participar da transição entre o atual ministro Flávio Dino e o futuro chefe. Lewandowski e Almeida Neto terão, entre as atribuições, o controle de órgãos estratégicos da segurança, como a Polícia Federal e o Departamento Penitenciário.
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