O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atacou o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na manhã desta terça (18), dizendo que ele teria governado o país com uma “indústria de mentiras”. Para ele, foi por causa disso que o Congresso foi “empoderado” com muito “orçamento secreto”, e que quem comandava a economia era o ex-ministro Paulo Guedes.
Lula afirmou que a atual relação do governo com o Congresso mudou muito desde que ele deixou a presidência da República em 2010, época em que já havia a liberação de emendas parlamentares em menor volume e com o compromisso de se votar com o governo.
Essa relação, no entanto, mudou a partir do governo passado, diz Lula, em que Bolsonaro teria entregado a governabilidade ao Legislativo e ao ex-ministro. Ele afirma que foi orientado por sua equipe a não nominar o ex-presidente – apenas chama de “governo passado”.
“No governo B... é que estão pedindo para eu não citar o nome do governo anterior. Na verdade, como ele não governou o país, porque ele governou uma indústria de mentiras, de fake news, ele deixou o Guedes fazer o que quisesse na economia e o Congresso o que quisesse. Não se preocupava com o orçamento, então o Congresso se apoderou e criou o ‘orçamento secreto’, que era a mesma quantidade de dinheiro que o governo tinha para fazer investimento o Congresso tem de emenda”, disse Lula em entrevista à rádio CBN.
“País destruído”
Ainda durante a entrevista, Lula seguiu nos ataques a Bolsonaro e afirmou que pegou um país “destruído como se fosse a Faixa de Gaza, com todas as políticas públicas destruídas” do que havia deixado em 2010.
“Eu encontrei o governo dessa vez [na comparação com 2003 pós-FHC e sucessivas crises] muito pior, e vou deixa-lo muito melhor. [...] Eu já fiz, nesses 16 meses, mais políticas de inclusão social do que eu fiz durante os 8 anos passados”, afirmou Lula.
O presidente disse que passou o primeiro ano do governo reconstruindo o que supostamente foi destruído por Bolsonaro, e que ainda há ministérios funcionando com 30% do efetivo, semelhante ao que deixou em 2010 ao fim da segunda gestão.
Apesar de dizer que está reconstruindo e lançou mais políticas públicas do que ao longo dos dois primeiros governos, Lula reconheceu que muitas delas ainda estão sendo implementadas e que o resultado demora a chegar “na ponta”, ou seja, em benefício do cidadão.
Dificuldade de articulação após Bolsonaro
Lula afirmou que a suposta falta de governo de Bolsonaro foi o início da dificuldade de tocar a máquina e ter que reforçar a articulação política dos líderes com os demais parlamentares – “nem sempre com a rapidez que gostaríamos”, emendou. Lula afirmou que, mesmo tendo apenas 70 deputados em 513 e apenas 8 senadores em 81, tem conseguido “aprovar muita coisa”.
No entanto, Lula reconhece que o governo nem sempre consegue aprovar na integralidade os projetos que gostaria, levando “às vezes 80, às vezes perde”. “É do jogo democrático”, emendou citando a aprovação da PEC fura-teto, que precisou negociar antes mesmo de tomar posse para abrir espaço no orçamento para a retomada de programas assistenciais, e da reforma tributária no ano passado – agora a expectativa é passar as duas regulamentações.
“A verdade nua e crua é que, depois da experiência do governo passado, o Congresso se empoderou demais, e o Poder Executivo tem ficado fragilizado na arte de exercer o orçamento da União”, pontuou.
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