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Lula discursou na 7ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em janeiro de 2023.
Lula discursou na 7ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).| Foto: Reprodução/YouTube/Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou o seu discurso desta terça-feira (24) na  7ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Buenos Aires, na Argentina, para defender o diálogo e a integração regional como forma de fortalecer o bloco. Além de dizer que o "Brasil está de volta", Lula pediu apoio para o Brasil sediar a Conferência do Clima das Nações Unidas em 2025 e agradeceu ao apoio dos demais países após os atos de vandalismo em Brasília.

A Celac é um grupo composto por 33 países latino-americanos e caribenhos criado oficialmente em 2010. "No meu primeiro pronunciamento após o resultado das eleições, afirmei que o Brasil estava de volta ao mundo. Nada mais natural do que começar esse caminho de retorno pela Celac. É com muita alegria e satisfação muito especiais que o Brasil está de volta à região e pronto para trabalhar lado a lado com todos vocês, com um sentido muito forte de solidariedade e proximidade", disse Lula.

O discurso de Lula marca o retorno do Brasil ao bloco depois de um breve período de ausência. Em 2020, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) determinou que o país deixasse a Celac. À época, o então chanceler, Ernesto Araújo, justificou a medida afirmando que “a Celac não vinha tendo resultados na defesa da democracia ou em qualquer área. Ao contrário, dava palco para regimes não democráticos como os da Venezuela, Cuba, Nicarágua".

Agora, no entanto, Lula defendeu que sua participação no bloco "renova os votos" feitos por ele, em 2008, em defesa da integração regional como mecanismo de fortalecimento dos países que integram a Celac. "Esse espírito de solidariedade, diálogo e cooperação em uma região do tamanho e da importância da América Latina e do Caribe, não poderia ser mais atual e necessário", disse o presidente brasileiro.

"Ao longo dos sucessivos governos brasileiros desde a redemocratização nos empenhamos com afinco e com sentido de missão em prol da integração regional e na consolidação de uma região pacífica, baseada em relações marcadas pelo diálogo e pela cooperação. A exceção lamentável foram os anos recentes, quando meu antecessor tomou a inexplicável decisão de retirar o Brasil da Celac", completou Lula.

Lula usa a Celac para defender candidatura do Brasil para sediar a Conferência do Clima 

Um dos objetivos da Celac é promover a integração latino-americana e caribenha, além da coordenação política, econômica e social dos países. Entre as pautas estão temas como agricultura familiar, energia e meio ambiente.

"Na área de energia, contamos com capacidades muito especiais para participar, de forma vantajosa, da transição energética global. Além disso, temos em nossos territórios alguns dos principais biomas; dispomos de recursos naturais estratégicos, como os minerais críticos; conservamos parcela significativa da biodiversidade do planeta; e somos uma potência em recursos aquíferos, chave para o futuro da humanidade", disse Lula.

Nessa estratégia, Lula aproveitou o encontro com os líderes latino-americanos e caribenhos para defender a candidatura do Brasil para sediar a Conferência do Clima (COP) que será promovida pelas Nações Unidas em 2025. O Palácio do Planalto decidiu lançar a capital do Pará, Belém, como candidata brasileira para ser a sede do evento.

"O Brasil apresentou recentemente a candidatura de Belém do Pará para sediar a COP-30, em 2025. O apoio que estamos recebendo dos países da Celac é indispensável para que possamos mostrar ao resto do mundo a riqueza de nossa biodiversidade, o potencial do desenvolvimento sustentável e da economia verde, além, é claro, da importância de preservação do meio ambiente e do combate à mudança do clima", completou.

Presidente brasileiro agradeceu pelo apoio após os atos de vandalismo

Ainda durante o seu discurso, Lula aproveitou para agradecer o apoio dado pelos países que integram o bloco após os atos de vandalismo em Brasília no último dia 8 de janeiro. Apesar da defesa da democracia no Brasil, o presidente brasileiro minimizou a participação de ditaduras de esquerda como Cuba, Nicarágua e Venezuela na Celac.

"Quero aqui aproveitar para agradecer a todos e a cada um de vocês que se perfilaram ao lado do Brasil e das instituições brasileiras, ao longo destes últimos dias, em repúdio aos atos antidemocráticos que ocorreram em Brasília. É importante ressaltar que somos uma região pacífica, que repudia o extremismo, o terrorismo e a violência política", disse Lula.

Apesar de integrarem o bloco, os líderes das ditaduras venezuelana e nicaraguense recuaram da participação na véspera do encontro em Buenos Aires. Após o encontro da Celac, Lula vai se reunir com o ditador de Cuba, Miguel Díaz-Canel.

Na segunda-feira (23), Lula disse sentir orgulho da participação de Cuba no bloco da Celac. Ainda no contexto das relações exteriores, o presidente pediu “carinho” com a ditadura de Cuba e o fim do embargo econômico contra a ilha promovido pelos Estados Unidos há 60 anos.

"Que se acabe o bloqueio a Cuba, que já dura mais de 60 anos sem nenhuma necessidade. Os cubanos não querem copiar o modelo brasileiro ou dos Estados Unidos, querem fazer o próprio modelo. E quem tem a ver com isso? Portanto, tem que tratar Venezuela e Cuba com muito carinho e, naquilo que pudermos ajudar a resolver seus problemas, nós ajudaremos", disse o petista.

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