O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolheu a deputada estadual Macaé Evaristo (PT-MG) para o comando do Ministério dos Direitos Humanos após a demissão de Silvio Almeida, na semana passada, por suspeitas de assédio sexual. A parlamentar mineira foi escolhida por ele após uma reunião na tarde desta segunda (9).
A opção por Macaé Evaristo ocorreu após três dias de conversas entre Lula e correligionários do PT que queriam mais espaço para o partido na Esplanada. A decisão foi sacramentada no domingo (8) após uma reunião do presidente com a mandatária do partido, Gleisi Hoffmann.
Informações de bastidores apontam que, além de Macaé Evaristo, a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) também estaria no páreo para ocupar o ministério. A pasta está sendo comandada interinamente por Esther Dweck, da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), nomeada por Lula na última sexta (6) até escolher um novo ministro.
A escolha de Macaé Evaristo atendeu também a pressões que Lula vêm sofrendo desde o ano passado para aumentar a diversidade na Esplanada – como ele prometeu durante a campanha eleitoral de 2022 –, principalmente após a saída das ministras Daniela Carneiro (Turismo) e Ana Moser (Esporte) por interesses políticos de articulação partidária.
A indicação de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF) também pesou nas críticas a Lula no ano passado. Grupos da sociedade civil pressionaram o presidente a indicar uma mulher para a vaga aberta com a aposentadoria da ministra Rosa Weber, o que não foi atendido por ele.
Outra exigência da base seria também seguir com uma pessoa negra no ministério, mas uma mulher em contraponto às denúncias de assédio sexual envolvendo Silvio Almeida.
A escolha de Macaé Evaristo ocorreu também após ela ter decidido aceitar o pedido de Lula para permanecer no governo até o final do mandato, o que a levaria a desistir de disputar a reeleição na assembleia mineira em 2026.
Macaé Evaristo é professora graduada em Serviço Social, mestre e doutoranda em Educação. Foi a primeira mulher negra a ocupar os cargos de secretária de Educação em Belo Horizonte e no Estado de Minas Gerais.
Também já atuou na Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação (MEC), e implementou políticas como escolas indígenas, escola integral e cotas no ensino superior.
Além de Macaé e Benedita, também estavam no páreo para a sucessão de Silvio Almeida a pedagoga Nilma Lino Gomes e a ex-secretária-executiva da pasta, Rita de Oliveira. Ambas não são filiadas ao PT, e Rita pediu exoneração logo após a demissão do então chefe.
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