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O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, participa de audiência na Câmara dos Deputados Foto: Vinicius Loures/Agência Câmara
O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, lamentou a morte de um civil por militares no Rio de Janeiro. Foto: Vinicius Loures/Agência Câmara| Foto:

O ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, participou de audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (10). Ele foi chamado pelo deputado Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da comissão.

Entre os temas abordados, o ministrou comentou a morte do músico Evaldo dos Santos, que teve o carro alvejado por mais de 80 tiros disparados por soldados do Exército, no Rio de Janeiro, no último domingo (7).

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Ele lamentou o episódio e disse que, se necessário, irá "cortar na própria carne", ao falar sobre a punição aos militares envolvidos. Veja outros assuntos abordados pelo general:

Morte de inocente

“Um incidente lamentável” foi como o ministro da Defesa classificou a morte do músico Evaldo dos Santos, que estava indo com a família (esposa, filho e sogro) para um chá de bebê quando foi surpreendido a tiros por 12 militares.

Para o general, esse “foi um fato isolado em um contexto de operações que os militares vêm desenvolvendo” na cidade do Rio de Janeiro. Mesmo assim, disse que o caso será apurado até “as últimas consequências”.

De acordo com o ministro alguns militares se “desvirtuaram” e viraram “bandidos armados”. Ele pontua que, nos 13 anos que os militares ficaram no Haiti, nunca foi registrado nenhum caso de desrespeito às normas. E que “os militares brasileiros são respeitados no mundo todo por conta de sua atuação em respeito às populações locais”.

Base de Alcântara

Azevedo e Silva comentou ainda o acordo que permitirá aos Estados Unidos o uso da base de lançamento de foguetes de Alcântara, no Maranhão.

De acordo com o ministro, não será permitida a entrada de armamentos no país, porque o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas firmado com os americanos respeita e está de acordo com as normas brasileiras. As marcas e patentes também estão protegidas, segundo ele.

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“A maioria dos países desenvolvidos fazem esse tipo de tratado com os Estados Unidos. E as Forças Armadas sempre tiveram atuação e troca de conhecimentos no mundo inteiro. Rússia, China e Índia também procuraram os Estados Unidos porque a maior parte dos componentes de satélite são americanos”.

Outra afirmação do ministro foi o fato de que usar a Base de Alcântara para lançar foguetes é algo positivo, tendo em vista que o mercado de lançamento de satélite é trilionário, e que tem tudo para crescer.

Crise na Venezuela

Outro tema abordado por Fernando Azevedo e Silva foi o trabalho de recepção de venezuelanos que abandonam o país e vem ao Brasil em busca de oportunidades de trabalho e melhores condições de vida. Para o ministro é muito importante o trabalho de recepção que o Brasil está fazendo com a Operação Acolhida.

Já tem um ano e dois meses que os venezuelanos estão migrando para o país. O ministro lembrou que o trabalho de amparo a esses imigrantes é feito por mais de 90 agências juntamente às Forças Armadas.

No total são 6,96 mil venezuelanos distribuídos em 11 abrigos em Boa Vista e dois em Pacaraima, sendo um desses abrigos totalmente indígena.

Segurança da fronteira

Depois de citar a Operação Ágata, que conta com 25 mil militares anualmente para fazer patrulhamento da fronteira, o general Fernando Azevedo e Silva falou que “o Brasil é terreno fértil para o narcotráfico, para o tráfico e contrabando de armas, e mais uma série de ilícitos transnacionais” e que sente falta de tecnologia como forma de aumentar a proteção das fronteiras.

Ele destacou que “temos um sistema que é muito bom, o SISFRON, que não tem avançado por conta de recursos orçamentários, mas que fortaleceria muito a sua eficácia na proteção das fronteiras”. Mas admitiu que somente 4% dos sistemas estão funcionando, mas que os radares funcionam bem.

O perigo das milícias

O general comentou que as milícias do Rio de Janeiro começaram com boa intenção e que elas buscavam ajudar a comunidade. Entretanto acabaram virando “bandos armados”.

Ele lembrou que durante a intervenção no Rio de Janeiro os militares mapearam a presença das milícias e entregaram esses dados à forças de segurança do estado.

Base militar estrangeira

Segundo o ministro as Forças Armadas brasileiras têm condições de lidar com desafios, tanto internos, quanto externos. E que os militares nem cogitam a possibilidade de tropas estrangeiras entrarem em território nacional. “Nunca precisamos de base militar de nenhum país no Brasil” declarou.

Disse também que os militares cuidam do quartel para dentro, enquanto ele cuida do quartel para fora. “Sou eu quem representa politicamente os comandantes junto ao governo. Os militares estão fazendo o que sempre fizeram, concentrados na atividade-fim de cada uma das Forças”.

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