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Sergio Moro durante entrevista no centro de controle de segurança da Copa América.
Sergio Moro durante entrevista no centro de controle de segurança da Copa América.| Foto: Isaac Amorim/MJSP

O ministro da Justiça, Sérgio Moro, disse nesta sexta-feira (14) que a Polícia Federal (PF) vai identificar quem está por trás da invasão de celulares e das contas do aplicativo de mensagens Telegram de autoridades brasileiras. Segundo Moro, há uma percepção equivocada de que a Lava Jato está sob ataque quando, na verdade, há um ataque às instituições brasileiras. Moro disse acreditar ainda que esses ataques foram realizados por um grupo contratado para isso.

"São pessoas ousadas. Não se sabe bem o propósito desses ataques. Mas, se eles acham que as instituições brasileiras são frágeis, vulneráveis e vão se intimidar, eles estão completamente equivocados. O que vai acontecer é que eles vão ser identificados e vão ser punidos na forma da lei", garantiu o ministro.

Moro disse ainda que não acredita que os ataques sejam feitos por um único hacker. "Eu não acredito que seja um autor só. Deve ser um grupo criminoso contratado para atacar instituições brasileiras", disse o ministro.

"Esse é um crime aparentemente em andamento. Inclusive temos notícias desse grupo criminoso invadindo aplicativos de Telegram e fingindo se passar pelos titulares desses aparelhos, falsificando conversas", disse Moro, durante o anúncio de medidas de segurança para a Copa América.

Segundo Moro, a Polícia Federal investiga as invasões a contas de autoridades da Lava Jato, de jornalistas e de parlamentares. "A Polícia Federal está empenhada, mas essas investigação às vezes levam um tempo, dada a dificuldade de rastrear, porque se utilizam às vezes mecanismos, links e IPs de outros países para tentar disfarçar e evitar o rastreamento aos autores", disse Moro.

Os ataques de hackers a celulares de autoridades ganharam repercussão a partir de uma série de reportagens publicadas pelo site The Intercept Brasil desde o último dia 9, com supostas transcrições de conversas entre Moro e o coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal (MPF) de Curitiba, Deltan Dallagnol. Também há supostos diálogos de Deltan com outros membros da força-tarefa.

Moro desafia Intercept a entregar todo conteúdo a autoridades

Moro ainda desafiou os editores do Intercept a entregarem o conteúdo das mensagens para a Polícia Federal ou ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que seja verificada a autenticidade dos diálogos. “Eu não posso confirmar a autenticidade dessas mensagens. Eu não tenho esses registros, não está no meu Telegram há muito tempo”, disse Moro.

O ministro voltou a se defender em relação ao teor das mensagens divulgadas pelo Intercept. “O que existe é uma manipulação sensacionalista do conteúdo dessas mensagens, o que tem levado parte da opinião pública e mesmo até autoridades a se equivocar a respeito do teor dessas mensagens”, disse o ex-juiz, que garante não ter cometido nenhuma ilegalidade enquanto estava à frente da 13.ª Vara da Justiça Federal em Curitiba, responsável pelos processos da Lava Jato.

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