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Vista das cúpulas do Senado e da Câmara dos Deputados, em Brasília.
Vista das cúpulas do Senado e da Câmara dos Deputados, em Brasília.| Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

Fracassou a primeira tentativa dentre os partidos de oposição para cerrar fileiras em torno de um pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro, assinado por juristas, intelectuais e entidades representativas da sociedade civil, a exemplo do que aconteceu no processo contra Dilma Roussef.

A ideia havia sido lançada pelo PSOL horas depois do pedido de demissão do ministro Sergio Moro, em que ele acusou o presidente da República de interferir politicamente no trabalho da Polícia Federal (PF). Cada partido ficou de levar a proposta para discussões internas. A decisão deveria acontecer na reunião dos presidentes dos partidos, ainda na sexta-feira, mas PDT e PSB sequer participaram da conversa, o PT tirou o pé do acelerador e o PCdoB também.

Parlamentares e dirigentes de PDT, PSB e Rede entraram cada um com o seu próprio pedido. Uma parte da bancada do PSOL já havia feito o mesmo semanas atrás.

O PCdoB ainda tentou articular uma ação conjunta, mas também fracassou. Não houve unidade nem sequer para a redação de uma nota conjunta.

"O PSOL apoia todas as formas constitucionais para afastar Bolsonaro, inclusive o impeachment. Passamos o dia buscando costurar um pedido amplo, envolvendo entidades e partidos. Mas, infelizmente, alguns partidos preferiram a inação", disse o presidente do PSOL, Juliano Medeiros.

Por ora, ao disputarem protagonismo no pedido de impeachment, os partidos de oposição seguem agindo desarticuladamente e por conta própria. O pé no freio do Partido dos Trabalhadores quanto ao pedido de impeachment foi resultado de orientação direta do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Justamente ele que, um mês antes, havia dito que “ou Bolsonaro renuncia ou se faz o impeachment dele”, após Bolsonaro ter feito pronunciamento em TV pedindo o fim do isolamento social por causa da pandemia da Covid-19.

Críticas a ambos

Em reunião com a presidente do partido, a deputada federal Gleisi Hoffmann, o ex-presidenciável Fernando Haddad, o ex-ministro Aloisio Mercadante e os líderes das bancadas na Câmara e no Senado, Lula orientou o partido a ter cautela diante das revelações de Moro. Na reunião da executiva nacional do partido e outras lideranças, ficou decidido que a legenda não entraria isoladamente com um pedido de impeachment. Por outro lado, os petistas não vão se opor à ação e, caso a Câmara abra o processo, vão votar em bloco contra Bolsonaro.

O PT vem dividindo o foco das críticas entre Bolsonaro e Moro, responsável pela sentença que levou o petista a passar um ano e meio preso em Curitiba, no processo do triplex do Guarujá, em que Lula foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro.

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