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“Os Bancos Centrais estão lutando para sobreviver”, diz Paulo Guedes em Davos
| Foto: Walter Duerst/Fórum Econômico Mundial

O ministro da Economia, Paulo Guedes, participou de mais um painel do Fórum Econômico Mundial nesta quinta-feira (23). A discussão sobre a dominância do dólar na economia mundial foi o tema do encontro, que contou também com representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Eurogrupo e da academia.

Em sua fala, o ministro apontou três dimensões relacionadas à dominância do dólar na economia mundial. A primeira delas é geopolítica: uma economia forte pode dar garantias e confiança aos investidores. "A palavra-chave é confiança. As pessoas usam as moedas em que elas mais confiam", afirmou. Outro fator, de acordo com Guedes, é econômico: pessoas de regiões próximas precisam fazer transações com a mesma moeda, o que implica em uma influência regional das economias mais fortes.

"Se a lógica do mundo continuasse como é hoje, teríamos, no futuro, a dominância de quatro ou cinco moedas", explicou o ministro. A terceira dimensão apontada por ele, entretanto, desafia essa configuração: as transações digitais.

Na opinião de Guedes, a existência de criptomoedas, como o bitcoin, vem provocando uma espécie de "choque digital". "Os Bancos Centrais estão lutando pela vida, para preservar o papel público da moeda", disse.

No final do ano passado, o dólar passou por uma forte alta no Brasil, e chegou a bater seu recorde nominal desde a criação do Plano Real, se aproximando dos R$ 4,30. O ministro não comentou o fato durante a sua fala.

Como foi a participação de Paulo Guedes no Fórum Econômico Mundial

A fala de hoje foi a terceira e última participação pública de Paulo Guedes no Fórum Econômico Mundial deste ano. A programação acaba nesta sexta-feira (24). O ministro é o principal representante brasileiro no evento, já que o presidente Jair Bolsonaro optou por não comparecer ao Fórum.

Na terça-feira (21), Guedes falou sobre o papel do Brasil na indústria da inovação, e a relação da criação de empregos com a preservação do meio ambiente. "O pior inimigo do meio ambiente é a pobreza. As pessoas destroem o meio ambiente porque precisam comer", afirmou.

Mais tarde na terça-feira (21), em outro painel, o ministro tratou da situação econômica brasileira, enaltecendo as reformas feitas pelo governo Bolsonaro. Para tratar das reformas, Guedes comparou o Brasil a uma baleia, que estaria ferida com vários arpões (burocracia, alto gasto público, inflação, entre outros).

Segundo o economista, a gestão Bolsonaro estaria retirando cada um desses arpões – com medidas como a reforma da Previdência e a proposta de emenda à Constituição (PEC) Emergencial.

Além da participação nos painéis, o ministro também está realizando reuniões com representantes de outros países e empresários. O objetivo é firmar acordos de cooperação, tanto tributários quanto comerciais, com vários países – a exemplo do Reino Unido.

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