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Pazuello cumprimenta um dos participantes da reunião em que a compra da Coronavac com intermediária teria sido negociada
Pazuello cumprimenta um dos participantes da reunião em que a compra da Coronavac com intermediária teria sido negociada.| Foto: Reprodução

O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, quando ainda comandava a pasta, negociou a importação de 30 milhões de doses da Coronavac com uma empresa privada que cobrou quase o triplo do preço negociado com o Instituto Butantan – que produz esse imunizante no Brasil. As informações são de reportagem do jornal Folha de S.Paulo publicada nesta sexta-feira (16).

A reportagem da Folha exibe um vídeo, que teria sido enviado inicialmente à CPI da Covid, no qual Pazuello aparece ao lado de quatro pessoas, que seriam representantes da empresa catarinense World Brands. Essa empresa seria a responsável por importar diretamente da China as doses da Coronavac.

No vídeo divulgado pelo jornal não é citada de forma expressa a Coronavac, nem o nome da empresa World Brands. Mas Pazuello afirma textualmente que a compra de 30 milhões de doses de uma vacina contra a Covid-19 seria feita diretamente com o governo chinês. Ele ainda afirma que compras com outros laboratórios estavam em negociação.

Pazuello foi demitido 4 dias depois da reunião

A Folha afirma ter tido acesso também à proposta da World Brands. E, ao contrário do que Pazuello disse, a compra seria feita diretamente com o laboratório chinês Sinovac, que é privado – e não, portanto, com o governo da China. Segundo o jornal, o preço da dose seria de US$ 28. O Butantan, no contrato firmado com o ministério para o fornecimento da Coronavac, cobra US$ 10 por dose.

A reportagem ainda afirma que a proposta da World Brands previa que metade do valor da compra teria de ser pago até dois dias após a assinatura do contrato (R$ 4,65 bilhões na cotação do dólar da época). Ou seja, o dinheiro seria depositado possivelmente antes mesmo da chegada das doses ao país.

A Folha afirma que a reunião ocorreu em 11 de março e que não fazia parte da agenda oficial de Pazuello. Ele foi demitido do ministério apenas quatro dias depois.

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