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Pesquisa aponta que a disposição para votar diminui quando os dados são recortados para as regiões mais pobres da cidade de São Paulo.
Pesquisa aponta que a disposição para votar diminui quando os dados são recortados para as regiões mais pobres da cidade de São Paulo.| Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo

Parte significativa dos paulistanos não se disporia a votar caso o sufrágio não fosse obrigatório. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Sivis, 37,9% dos residentes da cidade afirmaram que não votariam se não fossem obrigados. Outros 21,5% disseram que votariam, apenas, quando houvesse algum candidato que representasse a sua preferência.

O dado faz parte do Índice de Democracia Local, do Instituto Sivis. Em uma escala de 0 a 10, São Paulo obteve nota 5,67. Na dimensão participação eleitoral, a nota do componente relacionado ao voto também foi baixa, de 4,25.

Regiões mais pobres da cidade têm resultados piores

A pesquisa aponta, ainda, que a disposição para votar diminui quando os dados são recortados para as regiões mais pobres da cidade. Na região Sul-2, que inclui bairros como Jardim Ângela e Capão Redondo, o percentual de respondentes que não votariam sobe para 48,3%. Na região Leste-2, que compreende bairros como Jardim Helena e Cidade Tiradentes, a mesma tendência se repete, com 43,4% dos entrevistados.

Regiões com habitantes que têm maior renda, por outro lado, tiveram percentuais menores na categoria. No Centro e na região Oeste, apenas 27,7% disseram que não votariam sem a obrigação legal.

Diego Moraes, pesquisador do Instituto Sivis, aponta que o percentual pode ser considerado preocupante, mas não é distinto do que já era esperado. "A literatura já aponta que os mais escolarizados tendem a ter maior apreço pela democracia", explica.

Segundo ele, isso decorre da relação entre a educação e a compreensão do funcionamento do sistema democrático. "As desigualdades de renda acabam por reforçar a desigualdade política. Como a pessoa não se sente representada pelo sistema, ela não quer nem vê vantagem em fazer parte dele", completa.

Como funciona a pesquisa Índice de Democracia Local

Lançado na última quinta-feira (5), o Índice de Democracia Local (IDL) é uma metodologia criada pelo Instituto Sivis. O objetivo é mensurar os níveis de democracia nas cidades brasileiras. Por enquanto, o IDL já foi aplicado em Curitiba, em 2018, e em São Paulo (com algumas mudanças metodológicas, o que não permite a comparação entre os resultados das duas localidades).

A intenção do Sivis é, a partir de agora, angariar recursos para fazer a aplicação do índice em todas as capitais do país.

Confira o relatório completo com os resultados do IDL para São Paulo:

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