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Ciro Gomes (PDT), Sergio Moro (Podemos), Jair Boslonaro (PL), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e João Doria (PSDB) são os principais nomes da disputa presidencial em 2022| Foto: Montagem/Gazeta do Povo

O presidente Jair Bolsonaro (PL) começou 2021 como líder das pesquisas eleitorais, mas ao longo do ano perdeu espaço para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que viu seus números de intenção de voto dispararem depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou, em abril, os processos que o tornaram inelegível em 2018. 

Analisando os dados de quatro institutos de pesquisa que consultaram os eleitores com frequência e regularidade neste ano – Ipespe, Atlas, PoderData e Datafolha –, a diferença entre os dois principais pré-candidatos à Presidência da República em 2022 está entre 6 pontos percentuais (PoderData) e 30 pontos percentuais (Datafolha), consideradas as margens de erro, com vantagem para o petista.

O ex-juiz Sergio Moro colheu bons resultados após sua filiação ao Podemos, em novembro último, mas ainda aparece estagnado na comparação com o começo de 2021. Nos últimos meses ele registrou oscilações positivas, embora ainda seja cedo para dizer se há uma tendência de crescimento consistente.

Segundo o Atlas Político, em novembro Moro aparecia com vantagem de 7 pontos (máxima de 11 pontos e mínima de 3, considerando a margem de erro de 2 pontos percentuais) sobre o pedetista Ciro Gomes. Os outros dois institutos, porém, ainda mostravam empate técnico entre os dois pré-candidatos que disputam a terceira colocação nas pesquisas, ainda que com vantagem de Moro.

Os demais presidenciáveis não conseguiram deslanchar em 2021, a exemplo de Ciro, João Doria (PSDB), Rodrigo Pacheco (PSD) e Simone Tebet (MDB) – esses dois últimos só passaram a ser cotados nas pesquisas eleitorais a partir da metade final de 2021. O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) também ficou para trás e já deu indicativos de que não concorrerá mais ao cargo máximo do Executivo. Outros nomes que aparecem pouco nos levantamentos – e com números baixos – são Felipe D’Ávila (Novo) e Alessandro Vieira (Cidadania).

Cabe ressaltar que as pesquisas eleitorais não são uma previsão do resultado das eleições, mas sim uma fotografia do que poderia ocorrer caso o pleito fosse realizado no dia em que as perguntas foram feitas aos eleitores selecionados pelas amostragens dos institutos – as quais são representativas do universo de eleitores brasileiros (clique aqui para saber mais sobre pesquisas eleitorais).

Especialistas afirmam que, faltando mais de dez meses para as eleições, as pesquisas servem, principalmente, para testar nomes e ajudar a definir estratégias partidárias. Os números refletirão melhor o cenário eleitoral a partir do segundo semestre do ano que vem, após a oficialização das candidaturas.

Os desempenhos de cada um, começando por Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro teve poucas variações nas pesquisas ao longo do ano, com algumas oscilações negativas. Está terminando 2021 com algo entre 20% e 30% das intenções de voto, a depender do instituto que realizou o levantamento. Entre os quatro institutos averiguados pela Gazeta do Povo, em março, Bolsonaro tinha entre 27% e 30% da preferência do eleitorado. Em novembro/dezembro esse número ficou entre 21% e 31,5%.

Entre agosto e outubro, Bolsonaro parece ter tido seu pior momento no ano, segundo dados do Ipespe e do PoderData. Os levantamentos bimestrais do Atlas, por sua vez, mostraram o presidente derrapando nas pesquisas desde a metade do ano. Nos quatro estudos realizados pelo Datafolha neste ano, Bolsonaro passou de 23% em maio para 21% em dezembro.

Lula assume a ponta

O pré-candidato do PT foi o que mais avançou nas pesquisas eleitorais durante o ano.

No começo de 2021, os institutos de pesquisa estavam colocando o nome de Fernando Haddad (candidato da sigla nas eleições de 2018) como opção petista, mas quando ficou mais claro que Lula poderia se livrar das condenações por corrupção no Supremo Tribunal Federal, seu nome voltou ao cenário.

Os primeiros resultados, de março, ainda mostravam Lula atrás de Bolsonaro. Mas a partir de abril, com a anulação dos processos contra ele, o petista disparou, fazendo 46% das intenções de voto, segundo o Datafolha de julho, e 43%, de acordo com o PoderData, no mesmo mês.

Em novembro/dezembro, ele variava entre 34% (PoderData) e 47% (Datafolha). Em março, esse número ficava entre 25% (Ipespe) e 40% (PoderData).

Ciro Gomes desidratou

Durante todo o ano, Ciro Gomes (PDT) disputou com Sergio Moro (Podemos) o terceiro lugar nas pesquisas eleitorais, mas o pedetista não conseguiu deslanchar. Começou o ano com 8,8% (Atlas) a 11% (Ipespe) das intenções de voto, e, em dezembro, os institutos consultados pela Gazeta do Povo mostraram que ele estava com 4% a 7% das intenções de voto.

Ciro chegou aos dois dígitos em alguns momentos do ano, mas as pesquisas mais recentes mostraram que ele oscilou negativamente, mesmo que, em alguns casos, dentro da margem de erro.

Sergio Moro ganha fôlego

O ex-juiz Sergio Moro fecha 2021 com alguns avanços na corrida eleitoral. Sua filiação ao Podemos, em novembro, fez com que seus números melhorassem em relação aos registrados no meio do ano, embora com percentuais muito parecidos com os que tinha no começo do ano.

Em novembro, ele se saiu melhor no levantamento feito pelo Atlas, que apontou que Moro tinha 13,7% das intenções de voto. Seu pior desempenho foi capturado pelo PoderData, cujo levantamento indicou que ele tinha 7% em dezembro. Ao longo do ano, a pontuação mais baixa do ex-juiz foi de 4%, em pesquisa do PoderData de maio – o instituto não incluiu Moro nos levantamentos de junho a setembro.

João Doria anda de lado

O governador de São Paulo, João Doria, escolhido pré-candidato nas prévias do PSDB, ficou boa parte de 2021 abaixo dos 4% de intenções de voto. Nos levantamentos bimestrais do Atlas, a queda foi constante desde julho. Ipespe e PoderData capturaram uma melhora na metade do ano, em pesquisas em que Moro não foi incluído no cardápio de candidatos. O tucano, porém, voltou a cair.

Os desempenhos de Simone Tebet e Rodrigo Pacheco

Os senadores Simone Tebet (MDB) e Rodrigo Pacheco (PSD) começaram a aparecer nas pesquisas eleitorais apenas na metade do ano. Como ainda não fizeram grandes movimentos eleitorais, as intenções de voto em ambos variam entre 0% e 2%.

Já Alessandro Vieira (Cidadania) e Luiz Felipe D’Ávila (Novo), apesar de terem lançado suas pré-candidaturas, não têm aparecido com muita frequência em pesquisas eleitorais. Na medição de dezembro, o PoderData incluiu o nome de ambos: Vieira apareceu com 1% das intenções de voto e D’Ávila, com 0%.

Os nomes que ficaram pelo caminho

No decorrer do ano, outros presidenciáveis acabaram ficando pelo caminho. É o caso de Luciano Huck e José Luiz Datena, outsiders que depois de serem sondados por partidos e incluídos em pesquisas eleitorais, acabaram informando que não disputariam a eleição para presidente.

Datena, que até outubro dizia que seria candidato a presidente pelo PSL, ensaiou uma negociação com o PSD de Gilberto Kassab e em novembro afirmou que apoiará a candidatura de João Doria ao Planalto e de Rodrigo Garcia (PSDB) ao governo de São Paulo. O apresentador deve disputar a um cargo majoritário, não se sabe se de senador, vice-presidente ou vice-governador, e nem por qual partido.

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta foi outro que não conseguiu empolgar os eleitores, segundo as pesquisas. Teve um melhor desempenho entre maio e junho, mesmo que dentro da margem de erro, mas não conseguiu superar os 4% de intenções de voto. Em novembro, Mandetta, que é filiado ao DEM, desistiu de concorrer à Presidência e deverá buscar uma vaga no Senado ou na Câmara pelo estado do Mato Grosso do Sul.

Outros que foram cotados no início do ano, mas não estão mais no páreo: Guilherme Boulos (Psol), Fernando Haddad (PT), Eduardo Leite (PSDB), Tasso Jereissati (PSDB), Cabo Daciolo (Brasil 35) e João Amoêdo (Novo).

Metodologias das pesquisas eleitorais citadas

ATLAS: as pesquisas foram feitas por recrutamento online, a cada bimestre, ouvindo entre 2.884 e 3.800 eleitores, a depender do mês. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Os levantamentos têm nível de confiança de 95%.

DATAFOLHA: o instituto publicou quatro pesquisas ao longo de 2021, em maio, julho, setembro e dezembro. Foram feitas entrevistas presenciais com, no mínimo, 2.070 eleitores. A margem de erro máxima é de dois pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.

PODERDATA: as pesquisas foram feitas mensalmente, desde março de 2021, por meio de chamadas para celulares e telefones fixos, com 2.500 eleitores brasileiros a cada levantamento. A margem de erro é de 1,8 ponto percentual.

IPESPE: O Ipespe entrevistou, por telefone, mil pessoas em cada levantamento mensal. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95,5%.

Por que a Gazeta publica pesquisas eleitorais?

A Gazeta do Povo publica há anos todas as pesquisas de intenção de voto realizadas pelos principais institutos de opinião pública do país. Você pode conferir os levantamentos mais recentes neste link, além de reportagens sobre o tema.

As pesquisas de intenção de voto fazem uma leitura de momento, com base em amostras representativas da população. Métodos de entrevistas, a composição e o número da amostra e até mesmo a forma como uma pergunta é feita são fatores que podem influenciar o resultado. Por isso é importante ficar atento às informações de metodologias, encontradas no fim das matérias da Gazeta do Povo sobre pesquisas eleitorais. Saiba mais aqui.

Feitas essas considerações, a Gazeta considera que as pesquisas eleitorais, longe de serem uma previsão do resultado das eleições, são uma ferramenta de informação à disposição do leitor, já que os resultados divulgados têm potencial de influenciar decisões de partidos, de lideranças políticas e até mesmo os humores do mercado financeiro.

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