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Quem ganha com o veto dp STF à reeleição de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre
Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de proibir a reeleição dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), embaralha as articulações pelo comando das duas Casas. Na Câmara, os deputados já estavam divididos entre os aliados de Maia e o grupo governista, que defende a eleição de um aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Já no Senado, as articulações estavam em compasso de espera pela decisão do Supremo, mas já começam a aparecer possíveis candidatos ao posto.

Antes mesmo da decisão do STF, Maia dizia que não seria candidato à reeleição da Câmara e trabalhava com outros nomes para lançar, como Luciano Bivar (PSL-PE), Elmar Nascimento (DEM-BA), Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e Baleia Rossi (MDB-SP), por exemplo.

A decisão do STF, porém, pode acabar abrindo uma fissura nesse grupo, já que Marcos Pereira (Republicanos-SP) acaba de se lançar candidato à sucessão de Maia. Ele é presidente nacional do Republicanos, ocupa o cargo de primeiro-vice-presidente da Câmara e é considerado aliado de Maia.

Pereira usou as redes sociais para confirmar que será candidato em fevereiro do ano que vem. “Serei [candidato] porque estou dialogando com os (as) colegas e sinto que há uma busca por renovação. Óbvio que estamos em um grupo político e tenho convicção que poderei ser o candidato deste grupo”, escreveu no Twitter.

O grupo liderado por Maia ainda vai precisar chegar a um consenso e corre o risco de acabar fragmentado na disputa pelo comando da Câmara. Além disso, é preciso conseguir apoio de partidos da oposição para garantir uma vitória mais folgada.

Mas o presidente Jair Bolsonaro também pode enfrentar dificuldades para emplacar um presidente da Câmara no ano que vem. O nome apoiado pelo Planalto é de Arthur Lira (Progressistas-AL), um dos líderes do Centrão que se aproximou do governo durante a pandemia de coronavírus. Lira tem o sinal verde do Planalto, inclusive para negociar cargos em troca de apoio.

Mas Lira enfrenta um desgaste após a revelação de que ele teria liderado um esquema milionário de "rachadinha" quando era deputado na Assembleia Legislativa de Alagoas. A acusação é do Ministério Público Federal (MPF). Na semana passada, a Justiça o absolveu das acusações, mas Lira já foi condenado pelo caso na esfera cível.

Bolsonaro já trabalha para a construção de um plano B. Entre eles estão os ministros Fábio Faria (Comunicação) e Tereza Cristina (Agricultura) – que são deputados federais, mas estão licenciados.

Diferente de Maia, Alcolumbre era quase unanimidade

No Senado, o cenário é ainda mais incerto. As articulações pela presidência da Casa estavam em compasso de espera pela decisão do STF e havia um certo consenso em torno da reeleição de Alcolumbre, o que não é mais possível. Alcolumbre também tinha o apoio do Planalto.

O senador Major Olímpio (PSL-SP) já afirmou que é candidato a presidente do Senado em 2021. Nomes como Alvaro Dias (Podemos-PR) e Esperidião Amin (Progressistas-SC) também podem se lançar na disputa a partir da proibição da reeleição de Alcolumbre.

A partir da decisão do STF, o MDB quer recuperar o comando do Senado, com o argumento de ser a maior bancada da Casa. Nomes do partido como Eduardo Braga (AM), Eduardo Gomes (TO), Fernando Bezerra (PE) e Simone Tebet (MS) surgem como possibilidades para a disputa. Gomes e Bezerra são líderes do governo no Congresso e no Senado, respectivamente.

O PSDB, por sua vez, pretende lançar a candidatura de Tasso Jereissati (CE). Em entrevista ao site O Antagonista, o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) defendeu a candidatura do colega. “Definido o impedimento de reeleição no Senado, o PSDB vai insistir na candidatura de Tasso Jereissati. Com sua experiência, com boa relação com os colegas senadores e senadoras, não tenho dúvidas de que ele conduzirá o Senado de forma independente e harmoniosa”, disse.

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