O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reuniu, nesta quarta-feira (6), 17 ministros do governo federal para tratar do plano de vacinação contra o novo coronavírus. Entre eles estava o ministro da Economia, Paulo Guedes, que está oficialmente de férias e só voltaria ao trabalho na semana que vem.
Segundo a rede de TV CNN, alguns presentes no encontro explicaram que a ideia era transmitir "motivação" para a equipe de ministros. "Foi uma reunião para motivar, para pedir para todo mundo arregaçar as mangas esse ano”, afirmou um dos integrantes da equipe.
A reunião ocorreu em meio à pressão de estados, municípios e da própria sociedade em relação à imunização. Uma das críticas que vem sendo feitas ao Executivo federal diz respeito à compra de seringas e agulhas para a realização da campanha de imunização.
O Ministério da Saúde realizou um pregão para a compra de seringas e agulhas apenas no final de dezembro – tardiamente, na opinião de especialistas. O processo, entretanto, resultou na compra de apenas 7,9 milhões de unidades, menos de 3% das 331 milhões unidades necessárias para a vacinação no país. O fracasso da compra ocorreu porque o preço estimado pelos técnicos do governo ficou inferior ao valor cobrado pelas empresas.
Na reunião, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que "fracasso" é um termo técnico utilizado para situações em que nenhuma empresa apresenta oferta de um produto no preço desejado pelo licitante.
Reunião é convocada após críticas a declaração do presidente
A reunião ministerial desta quarta-feira (6) foi a primeira realizada pelo presidente Jair Bolsonaro em 2021. A equipe foi convocada depois que uma declaração do presidente, na terça-feira (5), provocou críticas. A um apoiador, Bolsonaro afirmou que "o Brasil está quebrado" e que ele "não consegue fazer nada". Um dia depois, Bolsonaro voltou a falar do assunto. "O Brasil está uma maravilha", ironizou.
Também nesta quarta, o presidente anunciou, em uma rede social, que o Ministério da Saúde suspendeu a compra de seringas para vacinação contra a Covid-19, "até que os preços voltem à normalidade". O presidente também minimizou os dados sobre a vacinação em outros países que já iniciaram a campanha de imunização. No post, porém, Bolsonaro omitiu o caso de Israel, que já vacinou cerca de 16,5% da população (1,5 milhão de pessoas).
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