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Distribuição das vacinas da Covid-19 leva em conta taxa de risco, mas Saúde não esclarece os critérios
Distribuição das vacinas da Covid-19 leva em conta taxa de risco, mas Saúde não esclarece os critérios| Foto: Ministério da Saúde / Divulgação

Antes mesmo da aprovação de qualquer vacina contra a Covid-19, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que os imunizantes seriam distribuídos simultânea e proporcionalmente entre os estados do país. A distribuição começou nesta segunda-feira (18), com apenas 6 milhões de doses da Coronavac, e uma nova regra: estados mais afetados pela pandemia receberão uma porcentagem extra de vacinas, considerando uma "taxa de risco".

“Eu determinei que houvesse uma taxa de risco colocada na distribuição para que um estado que tivesse mais risco [da pandemia] pudesse ter algo mais de entregas. E, o que estivesse com menos risco pudesse ter a quantidade necessária para iniciar o trabalho”, afirmou o ministro em coletiva no domingo (17).

A pasta, no entanto, não especificou quais os critérios específicos colocam uma cidade ou estado dentro da taxa de risco. Pazuello afirmou que a taxa é “variável e pode ir mudando conforme o risco de cada cidade”.

Dessa forma, a estratégia de distribuição das doses, além de considerar o tamanho das populações, também leva em conta o tipo de risco a que estão expostos. Um exemplo é o estado do Amazonas, que enfrenta uma crise com a explosão de casos, elevação no número de mortes e falta de insumos, como oxigênio. É a segunda vez durante a pandemia que há um colapso no sistema de saúde local. O estado recebeu 282,3 mil doses nessa primeira etapa.

A Gazeta do Povo entrou em contato com o Ministério da Saúde para saber quais são os critérios utilizados para definir a taxa de risco, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.

Veja como foi a distribuição de doses da Coronavac por estado e como está a situação da pandemia nesses locais

Idosos, indígenas e profissionais da saúde recebem vacina antes

Até o momento, o Ministério da Saúde trabalha com a distribuição de 5.994.560 doses da Coronavac. A primeira fase da vacinação visa o grupo formado por pessoas com 60 anos ou mais institucionalizadas, pessoas com deficiência e que também estão institucionalizadas, população indígena vivendo em terras indígenas e trabalhadores de saúde. As quase seis milhões de doses não devem cobrir todo esse grupo.

No Amazonas, que receberá reforço por causa da situação caótica, a previsão é de imunizar 134.429 pessoas nesta etapa e, por isso, foram enviadas 282.320 doses. O estado irá vacinar a maior população indígena: 101.156 pessoas.

Os três estados mais populosos do país, mesmo com a vigência da taxa de risco, são os que receberão os maiores números de doses desta etapa: São Paulo (1.357.040), Minas Gerais (577.680), e Rio de Janeiro (488.320). A vacina é aplicada em duas doses. Em São Paulo e Minas Gerais, serão vacinadas a maior quantidade de idosos, 42.604 e 38.578, respectivamente.

Estratégia contempla vacinas diferentes, mas há pouca oferta

Além da coronavac, o Brasil também aposta na vacina da AstraZeneca/Oxford, que será produzida pela Fiocruz, para turbinar o programa de imunização contra a Covid-19. Apesar de haver outros imunizantes no mercado, o país não negociou a compra de nenhum outro. O ministro Pazuello, no entanto, tem ressaltado a importância das diferentes vacinas.

“É importante a gente saber que as vacinas são diferentes, têm eficácias diferentes, tempo de desenvolvimento de anticorpos diferentes. Às vezes o que é mais interessante em algum lugar é uma vacina, e em outro lugar, outra vacina”, ressaltou o ministro.

Apesar de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter concedido o uso emergencial das vacinas Coronavac, feita pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, e de Oxford, desenvolvida pela Universidade de Oxford, AstraZeneca e Fiocruz, o Brasil tem acesso apenas ao imunizante do Butantan.

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