O presidente Jair Bolsonaro foi diagnosticado com Covid-19 nesta terça-feira (7) após se sentir indisposto no dia anterior. Ele fez pela quarta vez o exame para detectar o novo coronavírus: o do tipo molecular RT-PCR, que usa material colhido por swab da cavidade nasal e orofaringe. Os testes anteriores tinham dado negativo.
Desta vez, Bolsonaro usou o próprio nome. Em maio, a negativa em divulgar os resultados dos três exames anteriores causou polêmica. O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o presidente divulgasse os resultados dos testes. Ao tornar públicos os resultados, um surpresa: Bolsonaro tinha usado pseudônimos, mas os números corretos de CPF e RG, para manter o anonimato.
O RT-PCR não é o único tipo de teste para detectar o vírus disponível no país. Também podem ser feitos testes sorológicos, rápidos ou não, para detectar a presença de anticorpos no corpo. Os testes do tipo sorológico podem ser processados em laboratório ou do modelo rápido, feito em farmácias.
Independentemente do tipo, todos eles precisam de autorização da Anvisa para serem aplicados no país. E, claro, há vantagens e desvantagens em relação a cada um deles.
Conheça e entenda a diferença entre os testes para Covid-19 feitos no Brasil
Molecular RT-PCR
O modelo de teste a que se submeteu o presidente Bolsonaro é o molecular RT-PCR. Esse exame detecta se há a presença do novo coronavírus no momento em que foi feito. Para isso, é usado um swab, um tipo de cotonete, que é inserido no nariz ou garganta do paciente, de onde é coletada uma amostra para ser analisada posteriormente.
O serviço de telessaúde da UFRGS lembra que esse está sendo considerado o método de referência no Brasil para a detecção da Covid-19. Esse teste é mais recomendado para pacientes sintomáticos na fase aguda. O Ministério da Saúde sugere que a coleta seja feita entre o 3º e 7º dias de sintomas, quando a carga viral é maior, com possibilidade de coleta até o 10º dia. Após esse período, é mais difícil detectar a infecção.
A desvantagem do método é o tempo entre a coleta do material e o resultado, pois exige estrutura de laboratório e pessoal qualificados para o processamento. Casos com RT-PCR positivos não demandam mais investigação: o diagnóstico é claro. Há possibilidade de testes falsos negativos, caso a amostra coletada seja de má qualidade, tenha sido feito muito precoce ou tardiamente ou não tenha sido manuseada corretamente.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica o ensaio molecular de RT-PCR como a referência (padrão ouro) para a Covid-19.
Sorológico (rápido, ELISA e imunofluorescência)
Esse tipo de teste detecta se o paciente teve contato, ou não, com o vírus a partir da formação de anticorpos porque analisa sua presença no soro (parte líquida do sangue). Quando uma pessoa tem contato com um agente infeccioso, como é o caso do novo coronavírus, o corpo aciona vários mecanismos de defesa, que acabam produzindo os anticorpos IgM e IgG.
O IgM é o primeiro tipo de anticorpo a aparecer e indica que é uma infecção recente, iniciada há dias ou semanas. Já a presença de IgC, que leva mais tempo para se formar, indica uma infecção antiga, algo de meses ou anos. Grosso modo, o IgM indica se a pessoa está com a doença e o IgG, se ela já teve contato com esse vírus em algum momento da vida.
O serviço de telessaúde da UFRGS explica que estudos apontam que após o 7º dia da doença, a quantidade de anticorpos aumenta rapidamente, e já estão presentes entre o 8º e 14º dia da doença na maioria dos pacientes. Após do 15º dia da infecção, a presença desses anticorpos é de 100%.
Assim como no RT-PCR, também há casos de falsos negativos: pacientes testados em até uma semana pós o início dos sintomas tiveram mais resultados de falsos negativos. No caso dos testes rápidos, a vantagem é a de apresentarem resultado em poucos instantes e não requererem infraestrutura laboratorial. Porém, há a ressalva de que podem “enganar” o paciente com resultados incorretos.
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