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Câmara dos Deputados inaugurou estátua de Ulysses Guimarães em homenagem aos 103 anos de seu nascimento.
Câmara dos Deputados inaugurou estátua de Ulysses Guimarães em homenagem aos 103 anos de seu nascimento.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Se ainda estivesse vivo, Ulysses Guimarães estaria completando 103 anos de idade. Advogado, deputado federal por 11 mandatos, presidente da Câmara por três vezes, líder do movimento Diretas Já, presidente da Assembleia Nacional Constituinte entre 1987 e 1988, um dos fundadores do PMDB, o maior partido do Brasil.

O extenso currículo é a marca da trajetória de um homem reconhecido por sua sabedoria e habilidade política, e citado até hoje em Brasília como exemplo de retidão e ética no serviço público. Dr. Ulysses, como era respeitosamente chamado pelos colegas, morreu em 12 de outubro de 1992 em um acidente de helicóptero em Angra dos Reis, no litoral sul do Rio de Janeiro, juntamente com a esposa dona Mora. O corpo de Ulysses nunca foi encontrado.

Imagem em bronze foi doada à Câmara pela Fundação Ulysses Guimarães, centro de estudos e pesquisas do MDB.
Imagem em bronze foi doada à Câmara pela Fundação Ulysses Guimarães, centro de estudos e pesquisas do MDB.| Cleia Vianna/Agência Câmara

Nesta segunda-feira (7), a Câmara dos Deputados homenageou o "pai da Constituição Cidadã", inaugurando uma estátua de sua imagem no Salão Verde, na entrada do plenário, que já leva seu nome. A cerimônia foi conduzida pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ao lado do recém-eleito presidente do MDB, Baleia Rossi (SP).

A estátua de bronze é de autoria do artista plástico Clauberto Antônio dos Santos, que também participou do evento, e foi doada à Câmara pela Fundação Ulysses Guimarães, centro de estudos e pesquisas do MDB. "Nada mais do que justo que a gente possa fazer essa homenagem aqui hoje, junto com o MDB, e que isso simbolize esse novo momento da política brasileira, um novo momento da democracia e que a Câmara se espelhe nesse espetacular exemplo do passado", disse Maia.

O presidente da Câmara ressaltou o papel que Ulysses teve na redemocratização do país. "O verdadeiro estadista é aquele que consegue avaliar as possibilidades oferecidas pelas próprias circunstâncias a partir da perspectiva de alguém que olha para o futuro", afirmou Maia.

Ulysses Guimarães e sua obra-prima: a Constituição Federal de 1988, em vigor até hoje.
Ulysses Guimarães e sua obra-prima: a Constituição Federal de 1988, em vigor até hoje. | Agência Brasil

Legado

Nascido em 6 de outubro de 1916, Ulysses Guimarães foi advogado, professor universitário, escritor e dirigente de clube de futebol. Na juventude, sonhou com o mundo das artes, que acabou abandonando por outro sonho: a carreira política, galgada degrau a degrau, até chegar à cadeira de presidente da Câmara dos Deputados nos biênios 1956/57, 1985/86 e 1987/88. Foi o parlamentar que mais tempo ficou à frente do Legislativo federal.

Dr. Ulysses teve uma ampla participação durante as campanhas pelo retorno do país à democracia. Em 1979, com o fim do bipartidarismo, o MDB converteu-se no Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) do qual se tornou presidente nacional. Foi uma das lideranças da campanha Diretas Já. Foi presidente da Assembleia Constituinte que elaborou a Constituição Federal de 1988, que vigora até hoje. Foi ainda candidato a presidente da República em 1989, na primeira eleição direta após o regime militar.

“Em diversos momentos de crise, ele colocou-se a serviço da nação, desempenhando, por exemplo, os papéis de líder da oposição ao governo militar, de 'Senhor Diretas Já' e de grande responsável pela elaboração da Constituição de 88”, listou Maia. Para o atual presidente da Câmara, a obra maior de Ulysses é a Constituição Cidadã, “magnífico documento de liberdade, dignidade e justiça social”.

Outros nomes do MDB participaram da homenagem, como o ex-deputado Mauro Benevides, o ex-presidente e ex-senador José Sarney e o senador Eduardo Braga, líder do MDB no Senado. Braga declarou que Ulysses sempre foi movido pela paixão e dominava como poucos a arte do diálogo e da negociação. Já Sarney disse que “ninguém, mais do que Ulysses Guimarães, viveu o espírito do Congresso e da Câmara dos Deputados”.

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