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Ministros recebem a vacina AstraZeneca na noite da sexta (22)
Ministros recebem a vacina AstraZeneca em 22 de janeiro. Brasil vai começar a produzir a vacina localmente.| Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil; /Agência Brasil

O Ministério da Saúde iniciou neste sábado (23) a distribuição para os estados de doses da vacina contra a Covid-19 desenvolvidas pelo laboratório AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford. No total, serão remetidas 1.999.960 porções do imunizante para todos os estados e para o Distrito Federal. A distribuição, segundo a expectativa do Ministério, deve ser finalizada no domingo (24).

O Amazonas é, em termos proporcionais, a unidade da federação melhor contemplada pela distribuição. O estado receberá 132.500 doses da vacina, o que corresponde a 6,6% do total remetido. A população do Amazonas é de 4,2 milhões de habitantes, que equivale a 2% da população nacional.

Manaus e outras cidades do estado têm sido o epicentro da pandemia de coronavírus no Brasil nos últimos dias. O estado vive uma crise desde a primeira quinzena de janeiro, quando a Covid-19 gerou um número elevado de internações e o aumento das ocorrências fez com que hospitais ficassem sem oxigênio para o atendimento dos pacientes em estado mais grave.

Neste sábado, o governador do estado, Wilson Lima (PSC) anunciou medidas de restrição de circulação de pessoas. O deslocamento será permitido apenas para o acesso a serviços emergenciais. "Teremos a restrição de circulação de pessoas para 24h. Isso não significa cercear o direto de ir e vir, o cidadão só pode sair por extrema necessidade, como ir ao supermercado. Para o supermercado, apenas uma pessoa por família. Medidas para evitar aglomerações", disse Lima.

São Paulo também terá uma carga de doses da vacina em quantidade superior à proporção da população do estado no contexto nacional. Chegarão ao estado 25,1% dos imunizantes da AstraZeneca, e a população paulista corresponde a 21,9% do total do Brasil.

A vacinação contra a Covid-19 se iniciou justamente em São Paulo, no último domingo (17). O imunizante aplicado foi a Coronavac, desenvolvida por um laboratório chinês em parceria com o Instituto Butantan, vinculado ao governo paulista.

Vizinho do Amazonas, Pará recebe menos vacinas

O estado que terá a maior diferença entre a proporção de sua população e o percentual de vacinas recebidas é o Pará. O número de habitantes do Pará corresponde a 4,1% da população brasileira; chegarão ao estado, entretanto, menos de 2,5% das vacinas.

O Pará tem recebido pacientes com Covid-19 originários de cidades amazonenses, em razão do colapso na rede de saúde do estado vizinho. Entre segunda (18) e terça-feira (19), seis pessoas morreram na cidade de Faro (PA) em razão da falta de oxigênio, o que ligou o farol amarelo em relação à capacidade do Pará de receber pacientes do Amazonas. Faro faz divisa com o Amazonas e está mais próxima de Manaus do que de Belém. O governador Helder Barbalho (MDB-PA), entretanto, disse que o episódio de Faro foi um caso isolado e que não deve faltar oxigênio no Pará.

O segundo estado com a maior distorção entre porcentagem da população e da vacina recebida é o Paraná, que tem 5,4% dos moradores e será contemplado com 4,3% dos imunizantes.

O Ministério ainda não esclareceu os critérios para a distribuição da vacina da AstraZeneca. No caso da Coronavac, o ministro Eduardo Pazuello (Saúde) afirmou que a distribuição obedeceria quesitos populacionais mas também uma "taxa de risco". A metodologia da taxa, porém, não foi esclarecida.

Vacina tem origem indiana

A vacina AstraZeneca/Oxford foi produzida no Instituto Serum, que fica na Índia. As doses chegaram ao Brasil na sexta-feira (22) e foram recepcionadas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pelo controle de qualidade da substância.

A expectativa inicial era da chegada das vacinas ao Brasil ainda na semana passada. Impasses burocráticos travaram o envio.

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