O CEO da VoePass Linhas Aéreas, Eduardo Busch, afirmou que os pilotos do avião que caiu nesta sexta-feira (9) em Vinhedo (SP) eram experientes e que ainda não há informações sobre as causas do acidente.
"Não temos informações sobre as causas do acidente. Qualquer informação transmitida não passa de especulação e hipóteses", disse Busch em entrevista coletiva realizada nesta noite em Ribeirão Preto (SP).
Ele destacou que todos os sistemas da aeronave, incluindo o de degelo, estavam operacionais no momento da decolagem.
"A gente não sabe se pode ter tido pane durante o voo ou outra intercorrência. O que nós podemos afirmar é que, no momento da decolagem, o sistema de deicing [degelo] estava totalmente operacional", afirmou.
A VoePass é a responsável pelo avião ATR 72-500, que fazia a rota de Cascavel (PR) a Guarulhos (SP) quando caiu em Vinhedo (SP), deixando 61 pessoas mortas. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) conduz a investigação sobre as causas da tragédia.
O diretor de operações da VoePass, Marcel Moura, ressaltou que “nenhuma hipótese foi descartada”, inclusive a de acúmulo de gelo nas asas. Ele destacou que a companhia está “participando ativamente” da investigação do Cenipa.
"[A aeronave] tem uma sensibilidade maior à formação de gelo, não está descartada [essa possibilidade]. Nenhuma hipótese está descartada nesse momento”, disse Moura. O presidente da empresa afirmou que o foco, agora, é dar apoia às famílias das vítimas.
Avião passou por manutenção e gelo previsto para voo era aceitável, diz diretor
Segundo Moura, a aeronave partiu da sede da empresa em Ribeirão Preto (SP), onde passou por uma “manutenção de rotina na noite anterior”, sem apresentar problemas técnicos no momento da decolagem.
“Ele [o avião] saiu daqui sem nenhum tipo de problema técnico que inviabilizava sua aeronavegabilidade. Então, a aeronave estava perfeitamente aeronavegável, dentro dos regulamentos, dos manuais e dos requisitos tanto do fabricante, autoridades e dos nossos processos internos”, disse.
Questionado se o ATR 72-500 estava apto a suportar o gelo previsto para o momento no voo, Moura afirmou que “tecnicamente era totalmente suportável”.
“Na verdade, essa aeronave voa numa faixa com uma sensibilidade maior ao gelo. Nós avaliamos a condição de gelo no local onde ele vai voar, na altitude em que vai voar. Hoje era previsto gelo, mas dentro das características aceitáveis para o voo, uma vez que nós estamos com uma frente fria vindo”, reforçou Moura.
“É uma diferença muito grande do calor que está hoje para a temperatura prevista para amanhã, gerando uma formação de gelo mais acentuada”, explicou Moura.
Tripulação era experiente e companhia estava em bom momento, diz VoePass
O presidente da VoePass destacou que os quatro tripulantes eram "experientes, competentes e totalmente aptos para realizar o trabalho". De acordo com Busch, o comandante do avião, Danilo Santos Romano, tinha 5.200 horas de voo, inclusive em outras companhias aéreas.
O copiloto, Humberto de Campos Alenquer e Silva, tinha 5.100 horas de voo e estava há cinco anos na empresa. A comissária Rubia Silva de Lima estava na VoePass desde 2010, e Débora Soper Avila, também comissária, entrou na companhia no ano passado. Busch destacou a trajetória de crescimento e dedicação das duas no trabalho.
A companhia opera com 15 aeronaves. O executivo foi questionado sobre a situação econômica da empresa, e assegurou que a VoePass passava por um momento de “plenitude total em todas aéreas” antes do acidente.
“Estamos num momento muito bom da companhia, de crescimento das operações, foi uma grande fatalidade o que aconteceu”, disse Busch. Ele reforçou que, no momento, a prioridade é cuidar das famílias das vítimas e colaborar com as investigações.
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