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A alta do arroz e a tentação populista
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O preço de alguns alimentos subiu muito, no caso do arroz disparou. O foco da mídia recai sobre isso agora, o que é curioso, pois boa parte dela repetia, junto aos isolacionistas radicais, que o importante era a saúde, a vida, enquanto a economia podia ficar para depois. Parece que chegou o depois, até porque a taxa de contágio vem desabando mesmo com a reabertura e aglomerações. Valeria Scher tocou na ferida:

A turma da "quarentena gourmet" sabe no máximo o que é Arborio para fazer risotto, mas eis que descobriu o preço do arroz Tio João só para atacar o governo...

Mas se a pauta é a economia, falemos de economia, até porque é minha área mesmo. A inflação subiu, mas está contida. No acumulado de 12 meses está abaixo de 2,5%, e dentro da meta. No ano o acumulado é de 0,7%. Nada assustador. Mas alguns preços, de fato, aumentaram bastante, como no caso do arroz.

Isso tem causa conjuntural e temporária. A alta do dólar e as exportações maiores. A China anda voraz atrás de alimentos, e alguns chegam a falar de fome no país, o que estaria sendo mascarado com a narrativa de "crescimento pujante". Isso, aliás, suscita outra reflexão: nossos jornalistas não querem críticas ao regime comunista por ser nosso parceiro comercial, mas isso ignora que os chineses precisam tanto de nós quanto nós deles. Isso não faz muito sentido, portanto:

Esse tal "especialista" sempre parece ter um viés de esquerda. Mas esse é outro assunto. Vamos voltar para a inflação: não é o fim do mundo, não está fora de controle, não parece estrutural. Mas claro que incomoda ver certos produtos subindo muito, ainda mais com esse patamar de desemprego. O que fazer?

Os bons economistas vão lembrar das leis de mercado, da oferta e demanda, dos produtos substitutos, e recomendarão coisas como aquelas que o ministro Paulo Guedes quer fazer: facilitar a importação de produtos de outros países para gerar mais concorrência. É o caminho liberal.

Já o presidente Bolsonaro, ao menos na retórica, andou flertando com baboseiras, como apelo patriótico aos donos de supermercados. Isso não funciona, é jogar para a plateia. Temos nada menos do que quarenta séculos de experiência sobre o fracasso de controle de preços. A fala do presidente repercutiu mal e ele foi muito atacado pelos jornalistas, que agora colocam economia à frente da "saúde", pelo visto.

Mas como nunca é o que é feito ou dito, e sim quem faz ou diz, eis que outras declarações similares não despertam a mesma revolta "liberal" na imprensa. Vejam, por exemplo, o que o governador de São Paulo, o tucano João Doria, publicou:

Isso é pura demagogia! Em breve teremos os "fiscais do Sarney" de volta aos mercados, se continuar assim. É absurdo total. E como política é concurso de feiúra, eis o que o comunista Flavio Dino, cotado para vice numa chapa com o PT de Lula, recomendou:

E ainda tem jornalista que diz que o comunismo acabou! Já o outro comuna, o bandido Lula, não poderia perder a oportunidade de uma "lacrada" sensacionalista:

É muita cara de pau mesmo, vindo do sujeito que é o maior responsável individual pela catástrofe econômica que se abateu sobre o Brasil durante o lulopetismo. Seu governo produziu milhões de desempregados, mas ele insiste numa retórica fantasiosa, falsa, canalha. Não seria o Lula se fosse diferente.

Enfim, o preço do arroz aumentou muito e isso incomoda, mas devemos rechaçar as tentações populistas que chegam de todo lugar, e deixar as forças de mercado atuarem em paz. Se isso ocorrer, haverá mais alimento barato para todos!

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