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A necessária transformação no paradigma de negócios na universidade
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Por Alex Pipkin, publicado pelo Instituto Liberal

O engenheiro e economista Klaus Schwab, fundador do Fórum Econômico de Davos, afirma em seu livro A Quarta Revolução Industrial que vivemos na era da digitalização, aniquiladora das distâncias, que possibilita maior colaboração e inovações.

Diante desse contexto, uma série de empresários de sucesso, tais como Elon Musk, CEO da Tesla, diz que a educação formal universitária, incluindo mestrados e doutorados, vale “quase nada”, já que as habilidades e os conhecimentos essenciais para essa era da inovação estão longe de serem desenvolvidos pelo ensino formal.

Concordo com ele em que as habilidades e os conhecimentos exigidos para o “mundo tecnológico da inteligência artificial” podem ser alcançados por meio do esforço pessoal no aprendizado em cursos técnicos especializados nessas ferramentas inovadoras.

O foco no técnico profissionalizante sempre deveria ser algo importante como acesso ao mercado de trabalho para alguns ou complementação especializada para outros; mas o problema aludido refere-se mesmo à educação universitária formal em negócios ou à forma com que ela está formatada na atualidade?

Evidente que a educação formal deveria ser fundamental no sentido de ensinar a pensar temas e preocupações humanas para além do puro tecnicismo de mercado.

A realidade é que o ensino de gestão e negócios no Brasil, de um modo geral, continua centrado em assuntos totalmente desconectados e irrelevantes para o mundo real dos negócios.

A estrutura clientelista e arcaica da educação nacional privilegia e fomenta a formação de acadêmicos “idealistas”, que lá pelos seus 30 anos saem com diplomas de doutorado sem nunca terem pisado e sentido – que dirá tido experiência com – os processos e conflitos empresariais verdadeiros e desafiantes das cadeias globais de valor atuais.

Aulas de economia focadas no ensino de macroeconomia keynesiana e estatista. Microeconomia, empresarial e de mercado, foram suprimidas em vários cursos de gestão e negócios.

Aulas de história econômica ainda completamente romantizadas com o “aprofundamento” do grande pai – e mãe -, o velho e pós-moderno Marx!
Vigência das romanescas matérias e verbalizações poéticas e pueris em vez do centro na vida técnica e comercial atinente a esses assuntos vinculados com a verdade do mercado.

Novas metodologias… na grande maioria das vezes, pirotecnia improdutiva.
Português de qualidade e matemática para negócios, nem pensar.

Abram “jornais” e revistas de negócios e encontrarão homens e mulheres de negócios escrevendo lindas e nobres poesias, meras abstrações.

Abram revistas acadêmicas de negócios e encontrarão quase de tudo, com estudos detalhando filigranas sobre, p.e., o perfil machista do líder, as vestimentas dos LGBT’s, etc. e tal, quase nada sobre temas e questões relevantes para o mundo empresarial real.

Alguns acadêmicos dirão: “Não é isso!!”. É mesmo? Faça uma pesquisa séria e comprove por si só qual é o nível de contato e apropriação empresarial com tais estudos acadêmicos.

O problema está na relevância e no impacto dos assuntos de pesquisa!

Enfim, creio que seria crucial inverter o modelo universitário brasileiro, incentivando e dando maior peso e valor para a verdadeira experiência empresarial, tanto dos mais jovens como também dos mais experientes profissionais de mercado. Evidente que a resistência do clube do inglês é demolidora.

Claro que a educação não se faz só na universidade, especialmente nesses novos tempos.
Apesar de minha concordância parcial com o chamado de Musk, penso que ele acerta num ponto extremamente relevante.

A vida empresarial não é somente dependente de política econômica – tristemente ainda ideologizada com sua poesia estatista -, mas é feita pelo espírito da agência individual, empreendedora e criativa de homens e mulheres, que exploram e aprofundam os conhecimentos e mentes ampliadas na universidade e continuamente capacitam-nos dentro e fora dos bancos escolares e, acima de tudo, correm riscos (em parte “calculados”) e fazem acontecer, além de aprender – e ensinar – sobre os mercados reais.

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