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A tragédia do pensamento coletivista
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Por Alex Pipkin, publicado pelo Instituto Liberal

O ano de 2020 marca o início de um novo tempo, desastroso, do foco na irrealidade e no acessório. Desgosto dos gurus das novas tendências e da enfadonha retórica sobre o novo normal de uma era pandêmica e de pós-vírus.

Genuinamente vivemos, e viveremos, pragmaticamente um novo ANORMAL, recheado de juras de preocupação com o outro, de altruísmo, de filantropia, mas de verdadeira ode ao coletivismo, prejudicial ao progresso e ao desenvolvimento de todos. 2020 foi o início sem igual do protagonismo do coletivo acima do individual, do valor supremo do indivíduo, e que fez a humanidade avançar e prosperar em todas as esferas da vida humana.

A pandemia exacerbou a suprema “preocupação” estatal com a “saúde” do coletivo. Uma série de medidas “bem-intencionadas” foram implementadas sob a justificação de que “é para o seu bem”. Não saia de casa, não procure contato com o ar puro e com a necessária vitamina D; mantenha-se afastado de outras pessoas para não ser contaminado nem contaminar.

É pertinente reforçar que o vírus é real e seu poder de contaminação elevado. Não se trata de negacionismo. Entretanto, uma coisa é o respeito e o seguimento dos protocolos de saúde e segurança estabelecidos. Outra, bem distinta, é a imposição estatal do fechamento da economia, supostamente para proteger a saúde física da população (esqueceu-se da saúde econômica e social).

A ordem é ser humano e pensar no coletivo. Portanto, o indivíduo foi privado de trabalhar e garantir o seu sustento e de sua família, teve seu acesso bloqueado a parques ao ar livre, foi proibido de praticar esportes e, inclusive, chegou-se ao cúmulo de sofrer ameaças de prisão por trabalhar e de invasão policial à sua propriedade caso estivesse com “estranhos”. Fique em casa rezando, porém, é proibido frequentar sua igreja, sinagoga…

O mantra: não se preocupe consigo mesmo, pense na humanidade do coletivo e do seu bem. Um ano em que emergiu como nunca antes a consciência coletiva contra o racismo estrutural. Aqui e acolá, ecoou o “vidas negras importam”. A narrativa identitária intolerante, que parte da premissa equivocada de que os seres humanos são definidos por sua fisionomia, pela sua cor, foi comprada e endossada por líderes sociais, empresariais, políticos e parte da “bondosa” população.

Nem o terrível vírus foi capaz de impedir manifestações e aglomerações provocadas por gente que foi às ruas afirmar que vidas negras importam. Inacreditavelmente, o establishment se converteu à Bíblia grupal da danosa e iníqua preocupação com grupos minoritários, em detrimento da saudável lógica de que todas as vidas humanas importam. Nunca a grande mídia operou tão eficientemente na direção de doutrinar sobre tal falácia destruidora.

Mais do que isso, todos eles se voltaram contra – consciente e inconscientemente – a virtuosa preocupação com o ser individual – concreto -, ao invés do abstrato coletivo de um determinado grupo específico. Ironicamente, quanto mais diferenças identitárias são enfatizadas e são pleiteados direitos grupais, menor é a probabilidade de que os outros se sintam indignados com as injustiças que sofrem tais grupos.

Foi o ano do ápice do coro em favor do coletivismo econômico, da nobre ajuda aos descamisados, justa, porém acompanhada do ódio e do rancor ao espírito empreendedor, do verdadeiro estímulo à liberdade e ao talento humano individual para empreender e estabelecer relacionamentos colaborativos e voluntários com outras pessoas no mercado.

De forma inatacável, foi o ano glorioso do massivo ataque ao capitalismo, o comprovado sistema econômico capaz de gerar a riqueza que, compulsoriamente, precisa ser criada, a fim de que seja possível distribuí-la de maneira racional e inteligente. Terá sido o início do fim?

De forma grotesca, assistimos impotentes ao abandono das ideias de progresso comprovado, aquelas lógicas que nunca poderiam ser descartadas e que deveriam nortear os incentivos, ou seja, a essência da liberdade individual, da autonomia pessoal, da razão, do conhecimento e da ciência e, acima de tudo, do protagonismo do indivíduo frente ao coletivo!

Sem tais ideias e ideais liberais, da liberdade individual da ação humana com suas respectivas responsabilidades, não creio que nosso futuro seja promissor. O foco no coletivo sem rosto é e tem sido perigoso e improdutivo. Ninguém enxerga o que não se vê! Parece mesmo que estamos caminhando para o abismo – abismo este de uma universidade que não educa, mas doutrina, e discrimina pela diversidade, de uma empresa que desfoca da maximização dos lucros, em prol da mesma diversidade, exclusivamente calcada na cor e no gênero, e na ovação do capitalismo das partes interessadas, de uma política que se centra nas “facilidades” para o coletivo e seus (des)incentivos perversos, e de uma mídia que não noticia os fatos, mas faz apologia ao genuíno racha social.

Bem, o foco no grupal, ironicamente, faz com que os vários e distintos grupos minoritários exijam e passem factualmente a serem tratados de forma diferente, destruindo os valores igualitários necessários a uma real cidadania. Enfim, 2020 foi o ano em que não se perdeu um minuto para perder de vista a base do sucesso da civilização ocidental: O VALOR DO INDIVÍDUO! O novo ano ainda pode ser pior: o pensamento e as ações coletivistas irão nos engolir.

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