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Até quando apoiar o governo Bolsonaro?
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Por João Cesar de Melo, publicado pelo Instituto Liberal

(Enfatizo, como de praxe, que o texto abaixo representa minha opinião particular, não necessariamente a do Instituto Liberal)

Acompanho as críticas dos liberais ao atual governo. Concordo com todas elas. Eu também acho bizarras muitas das declarações de Jair Bolsonaro e absurda a indicação do filho dele para ser o novo embaixador brasileiro nos Estados Unidos. É decepcionante sua indiferença aos ataques à Lava Jato, a preservação de certos privilégios na reforma da Previdência e sua resistência em se livrar de certas estatais. O PSL é um lixo de partido, como todos os outros.

Porém, eu tenho uma memória muito boa. Lembro-me muito bem do que tínhamos no governo até muito pouco tempo atrás; e que todo aquele mal por muito pouco não retornou ao poder.

Resumindo numa frase: em terra de PT e Lula, Bolsonaro é santo!

É só uma frase de efeito, talkei? Não precisam me xingar também por isso.

Além de ter uma boa memória, sou muito pragmático. Não fico fantasiando um governo que me represente como indivíduo, que seja o liberal dos meus sonhos. Como já explicou F. A. Hayek, a democracia leva ao poder o menor denominador comum de uma sociedade. Já tivemos Lula. Já tivemos Dilma. Para nossa sorte, hoje temos Jair Bolsonaro, não Fernando Haddad.

Meu pragmatismo não me deixa sofrer por causa das frases desastrosas do atual presidente, nem pelos ataques dos bolsonaristas aos críticos. Não me importo mesmo. Estou na rua todos os dias. Sou um cidadão comum. Vivo no mundo real, dos resultados. Frases e memes não matam, nem desempregam ninguém.

Apesar de reconhecer os defeitos e limitações de Jair Bolsonaro, continuo apoiando seu governo porque ele foi eleito com a proposta mais liberal da história recente do Brasil. Há meros cinco anos, não passava de um sonho distante ter um ministro da Fazenda como Paulo Guedes ou a aprovação de algo como a MP da Liberdade Econômica. Pessoas pragmáticas enxergam isso. Eu não votei em Jair Bolsonaro porque gosto dele. Votei porque era o que a democracia nos ofereceu.

Mas eu posso retirar meu apoio a qualquer momento, desde que eu veja certas coisas:

Se Jair Bolsonaro…

Lançar um programa econômico baseado em subsídios à grandes empresas como Lula e Dilma fizeram;

Assinar medidas que burocratizam e encarecem ainda mais a vida do cidadão comum e das empresas como Lula e Dilma também fizeram;

For denunciado por coordenar esquemas de corrupção como os que Lula e Dilma coordenavam na Petrobrás, no BNDES e noutras tantas estatais;

Provocar uma recessão tão profunda como a que Dilma provocou;

Deixar a violência aumentar, como ocorreu durante os governos petistas;

Nomear uma dúzia de ministros denunciados por corrupção, como Dilma fez;

Distribuir dinheiro para grupos de militantes, como Lula e Dilma fizeram;

Desviar dinheiro dos brasileiros para ditaduras no exterior.

Se Bolsonaro fizer tudo isso, eu retiro meu apoio ao governo dele. Como acho impossível que ele ou qualquer outro presidente supere os absurdos petistas, é mais provável que eu siga até agosto de 2022 apoiando seu governo. Se nas próximas eleições surgir um candidato melhor e com condições de vencer, eu troco de apoio tranquilamente.

O que eu não farei em hipótese nenhuma é me juntar ao PT para enfraquecer um governo que tomou posse há apenas oito meses, justamente para tentar consertar o estrago que o mesmo PT provocou.

Por enquanto, o que chama minha atenção é a retomada do crescimento econômico, a queda no desemprego, a desburocratização de muitos setores e a redução de 22% no número de assassinatos no país em apenas seis meses.

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