• Carregando...
Aumentam as rachaduras no muro do politicamente correto: o caso da maioridade penal
| Foto:

Sei que muitos leitores estão em clima de feriado, especialmente meus amigos cariocas. Vem Tiradentes aí e depois São Jorge (?), praticamente matando a semana útil no Rio (trabalhar pra quê, se somos tão ricos?!). Mas nem por isso devemos ignorar os ótimos artigos publicados hoje, não é mesmo? É o caso da coluna de Denis Rosenfield no GLOBO, uma análise perfeita do desespero que cresce nas hostes esquerdistas, ao ver sua velha hegemonia cultural e política se esvaindo a cada dia.

O exemplo usado para tal constatação foi o da maioridade penal, cuja redução avança na Câmara sob os cuidados de seu presidente Eduardo Cunha, tratado como o próprio demônio pelos “progressistas” que se julgam detentores do monopólio da virtude. A dissociação entre as “elites da vanguarda” e o povo sempre foi enorme, mas esse fosso está cada vez mais evidente, e a população clama por alternativas e mudanças.

A falta de argumentos dos “progressistas” nesse caso, como em tantos outros, salta aos olhos, e é relativamente simples rebater seus pontos e expor suas contradições, como faz Rosenfield:

O discurso dos “progressistas” não deixa de ser hilário, como se um menor aos 16 anos não fosse capaz de discernir os seus atos. Se tem o direito de votar para presidente da República, ato supremo de escolha de quem vai representar a “polis”, se é capaz de discernir entre as várias propostas e candidatos aquela ou aquele que vai melhor lhe representar, como não seria capaz de discernir um ato moral e legal de um ato imoral e criminoso?

Um exemplo. A dois dias de completar 18 anos, um menor matou a ex-namorada, de 14 anos, gravou o crime com seu celular e enviou as imagens para os amigos, de acordo com os policiais militares que investigam o crime (ocorrido em 2014). O menor já tinha passagens pela polícia por roubo, ameaça, lesão corporal e porte de arma. O rapaz, que não pode ter seu nome revelado por estar protegido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), gravou a “infração” que cometeu e enviou o vídeo para amigos e desafetos. Queria impressionar os primeiros; advertir e amedrontar os segundos. Aos policiais e membros do Ministério Publico que tomaram seu depoimento, o jovem confessou ter antecipado o crime para não ser punido como maior de idade, isto é, de acordo com o Código Penal, poderia pegar de 12 a 30 anos de prisão. A impunidade é flagrante.

Outro argumento do politicamente correto consiste em dizer que menores criminosos não podem ser presos, pois entrariam, assim, para a escola de crimes, que são hoje os presídios brasileiros. É como se lá fossem eles aprender a matar, como se lá se aperfeiçoassem nos requintes da criminalidade. Na verdade, alguns jovens lá entrariam para dar aulas, sendo, na verdade, “pós-graduados”. Nada têm a aprender, pois tudo já sabem da arte da maldade.

Há uma clara mudança de ambiente no Legislativo e na opinião pública. O muro do politicamente correto apresenta sérias rachaduras. Está caindo e é isto que aterroriza os “progressistas”, pois o seu domínio está sendo fortemente contestado. 

A visão tida como “reacionária” ou “conservadora”, mas que normalmente era endossada por grande parte da população, começa a ganhar voz, e isso desnorteia os “progressistas”. Eles não estão mais acostumados a debater focando nos argumentos, pois passaram tempo demais só repetindo slogans sensacionalistas sem contestação. Isso mudou. Suas utopias falharam uma vez mais, e o povo está cansado.

A internet possibilitou a disseminação de boas ideias, derrubando as falácias esquerdistas. Os “conservadores” descobriram que não estão sozinhos, que não são eles os estranhos, mas sim os “intelectuais” que sempre dominaram a mídia com suas baboseiras. O discurso da turma dos “direitos humanos” que transforma marginais em “vítimas da sociedade” não seduz, e garanto que nenhum gaúcho sentiu pena de Maria do Rosário, transformada em pobre vítima numa reportagem patética de duas páginas no jornal de domingo do ZH.

A reação um tanto histriônica desses esquerdistas é diretamente proporcional ao seu medo de perder a hegemonia. Como escreve Rosenfield, essa turma “Chora a rachadura de seu muro ideológico e procura, de todas as maneiras, apará-lo com todos os recursos disponíveis, um deles, costumeiro, vilipendiando os seus adversários”. Mas esses ataques pessoais não produzem mais o mesmo efeito, pois muitos aprenderam a tática e cansaram dessa estratégia podre. Querem resultados, e isso a esquerda progressista nunca conseguiu entregar.

Os que se viam como “vanguarda do povo” estão desolados, e expõem todo o seu autoritarismo: se o povo não deseja o que eles “sabem” ser o melhor, então é preciso impor goela abaixo dessa gente “alienada” sua visão de mundo. Trata-se de um fanatismo ideológico, de uma “religiosidade absoluta”, como diz Rosenfield. Nada captura melhor essa postura do que o ódio destilado por Marilena Chaui pela classe média. O povo abandona gradualmente os “progressistas”, e estes partem para o ataque com fúria nos olhos.

Cabe a nós, liberais e conservadores, continuarmos com nosso trabalho, levando mais conhecimento aos demais, mostrando que há alternativas, medidas que por puro preconceito ideológico eram ignoradas, mas que garantem resultados infinitamente melhores. A questão da redução da maioridade penal é apenas um caso entre tantos.

Mas será uma importante vitória para resgatar o bom senso e a punição adequada (a justiça, portanto), por tempo demais abandonados em troca do regozijo de uma elite “intelectual” que se preocupa mais com sua própria imagem de “sensível” e “defensora dos oprimidos” do que com a qualidade de vida dos brasileiros decentes e trabalhadores.

Rodrigo Constantino

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]