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Babá de notícias: a corrida para censurar a Internet em nome do combate às Fake News
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Com a vitória de Donald Trump, mesmo após intensa e escancarada campanha feita pela mídia mainstream contra o republicano, a grande imprensa decidiu que era preciso combater as “Fake News”, mas não aquelas que o próprio Trump denunciava, e sim as que apoiaram o candidato vencedor. Trata-se de um projeto dos grandes grupos de comunicação, com ajuda de George Soros, e muita pressão para que Google e Facebook aceitem algum tipo de filtro contra as “notícias falsas”.

Ninguém vai negar que exista um monte de sites obscuros que, de fato, fez campanha para Trump, espalhando mentiras. Tampouco é preciso negar alguma possível influência dos russos, a obsessão democrata que levou até à criação de dossiês milionários aceitos de forma pouco crítica, para dizer o mínimo, pelo jornalismo.

Mas se há mentiras do lado “direito”, não resta a menor dúvida de que a própria mídia mainstream se transformou numa máquina de mentiras, fazendo torcida em vez de análise. E é essa turma que pretende, agora, combater as mentiras nas redes sociais. Quem vigia o vigia? A raposa é um bom vigia do galinheiro, por acaso?

Daniel Greenfield escreveu um importante texto no Frontpage Mag alertando para o risco crescente de censura na Internet em nome do combate às “Fake News”. As “babás das notícias” querem filtrar o que pode ou não ser publicado no Facebook e na Google, com base numa elite de jornalistas “ungidos”. Claro, são praticamente todos de esquerda, ainda que banquem os “isentões”, e estão dispostos até mesmo, vejam só!, a colocar ou ou outro de direita, para garantir o verniz de imparcialidade.

Para o autor, a coisa começa a ficar séria quando vira modelo de negócios. Steven Brill está levantando $6 milhões para lançar o News Guard, um “guardião das notícias”, unindo um time de 40 a 60 jornalistas para dar o selo de “isenção” (e eu quase escrevi “isentão”). Para Greenfield, eles fariam o “trabalho sujo” que o Facebook e a Google não querem fazer diretamente, por conta da imagem de plataforma imparcial.

Não só esses “verificadores de fatos” teriam viés de esquerda, como a própria noção do que é verdadeiro ou falso tem o mesmo viés. Greenfield mostra alguns casos em que a checagem ignora… os fatos, se for para proteger “minorias”. Esses sites que já fazem checagem têm o direito à sua própria opinião, mas o problema é que eles não querem conceder aos outros o mesmo direito.

O resultado dessa empreitada já sabemos qual vai ser: em vez de a “babá” proteger as crianças de pornografia, ela vai proteger os adultos de notícias incômodas, ao menos pelo prisma da esquerda. Fora da bolha “progressista” tudo será considerado falso, pois no contraditório relativismo exacerbado da esquerda pós-moderna, para quem não existe verdade ou mentira, tudo que for de direita será sempre… mentira.

Ao agir dessa forma e adotar a “babá das notícias”, o Facebook e a Google estarão tratando seus usuários como crianças incapazes de discernir as coisas, como débeis mentais que necessitam de tutela, da guia dos “ungidos” para atravessar o caótico universo de “Fake News” da Internet.

Além disso, o esquerdismo é sempre mais perigoso quando esconde sua cara. Esses sites de checagem colocam o próprio Frontpage Mag como “politicamente de direita”, mas nenhum alerta similar surge para definir o New York Times, tratado como imparcial, mesmo que tenha claro viés de esquerda e tenha feito uma série de reportagens elogiosas até mesmo ao centenário da revolução russa. O rótulo é sempre da direita apenas.

Conhecemos bem essa tática: tudo que não for socialismo é tachado de “ultraconservador” ou “extrema-direita” pela imprensa, para quem extrema-esquerda não existe. A mídia mainstream não é aberta em sua postura ideológica, simula uma imparcialidade inexistente, mesmo quando defende de forma clara o comunismo. Já seus oponentes são sempre “radicais de direita”. Greenfield diz:

A verificação de fatos tornou-se um condutor para a censura. As grandes empresas de redes sociais e de pesquisa terceirizam a verificação de fatos a terceiros e, em seguida, desmonetizam, marginalizam e proíbem visualizações e editores de quem esses terceiros discordam. As verificações de fatos não são mais um argumento. Eles são o prelúdio de uma proibição.

[…]

O News Guard é um alerta ameaçador de que a censura online está se tornando um modelo de negócios viável, já que as grandes empresas de tecnologia buscam alguém para fazer seu trabalho sujo para elas. Mas a censura subcontratada ainda é censura. E as únicas pessoas impressionadas pelas credenciais dos “verificadores de fato” são aqueles que compartilham suas políticas. Infelizmente, isso cobre a liderança do Google e do Facebook.

A palavra-chave aqui é “confiança”, o que essa turma quer vender, mas que anda em falta justamente na mídia mainstream. A confiança nos principais veículos de imprensa nunca esteve tão baixa. A CNN, por exemplo, é apelidada de Clinton News Network, tamanho o seu viés pró-democratas. Ainda assim, as grandes empresas de tecnologia insistem que as fontes da mídia mainstream são as únicas confiáveis. Eles querem que o público confie neles, porque eles não confiam no público. Greenfield conclui:

A Internet foi um ambiente revolucionário que liberou indivíduos para fazer suas próprias escolhas. Os blogueiros podem competir com a grande mídia. Os emails vazados podem derrubar um governo. Mas a Internet está ficando menos livre. O acesso é controlado por um punhado de empresas de tecnologia que ficam cada vez maiores. Os sobreviventes das guerras em escala combinarão o cabo, o conteúdo e o comércio de novas maneiras. E em uma cultura politizada, eles não vão apenas sinalizar seus pontos de vista políticos, eles vão os impor. Se não lutarmos agora, dez anos depois os conservadores serão os ratos nas paredes da Internet.

Não resta dúvida de que as “Fake News” são um problema. Mas volto ao começo: quem vigia o vigia? Quem foi que disse que a maior fonte de “Fake News” hoje não vem justamente da mídia mainstream, que tenta bancar a imparcial enquanto tenta impor sua visão limitada e ideológica de mundo?

Rodrigo Constantino

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