O príncipe Luiz Philippe de Orleans e Bragança tem se destacado nos últimos anos no debate político nacional, defendendo uma visão liberal-conservadora de forma prudente, porém firme. Com postura moderada, Luiz Philippe se tornou um crítico corajoso da esquerda, em especial do PT, e participou dos movimentos de rua que levaram ao impeachment de Dilma.
Chegou a publicar um livro questionando por que o Brasil é um país atrasado, que contou com orelha de Bruno Garschagen e Hélio Beltrão, e introdução de Stephen Kanitz. O excesso de burocracia e de estado foi apontado como um dos nossos grandes problemas.
Agora Luiz Philippe decidiu dar um passo além e entrar para a política. Ele se filiou ao PSL, partido que terá Jair Bolsonaro como candidato a presidente. Esse movimento garante um “selo real” à candidatura de Bolsonaro, que ainda gera desconfiança em liberais e mesmo conservadores, com razão.
Alguns poderiam alegar que até Mussolini contou com o apoio do rei Victor Emmanuel no começo, e que seu fascismo fazia concessões ao liberalismo econômico no início. Mas, em que pese a postura meio fascistoide de alguns seguidores mais fanáticos do capitão, o fato é que tem havido um esforço de sua parte para se provar alguém mais liberal e moderado.
E a ida de Luiz Philippe para o PSL, com direito a carta assinada por Eduardo e pelo próprio Jair Bolsonaro com os compromissos do partido, uma espécie de Carta ao Povo Brasileiro, mostra bem isso. Eis alguns trechos da carta, que tive acesso em primeira mão:
Na carta, a família Bolsonaro reconhece com humildade que o partido ainda precisa passar por ajustes para que possa “incorporar esse movimento conservador que vem tomando corpo no Brasil”, e se compromete a ter “pleno respeito” por tais valores. Ela termina convidando o príncipe a fazer parte desse projeto para “resgatar o nosso Brasil”.
Nunca escondi minhas ressalvas, medo e desconfiança em relação a Bolsonaro, que certamente não é o melhor ícone do movimento conservador, muito menos do liberal. Chego a ter calafrios mesmo com a postura de alguns de seus mais aguerridos aliados, especialmente a militância tosca das redes sociais, seus “soldados” voluntários.
Mas não se pode negar o esforço em atrair liberais e conservadores de renome para o projeto político que envolve Bolsonaro e o PSL. Se Paulo Guedes já dava um selo liberal de peso para a área econômica, a ida de Luiz Philippe, com uma carta dessas, pode significar o “selo real”, o carimbo de “conservador de boa estirpe” que faltava ao projeto. Espera-se que alguém como ele tenha mais voz do que figuras como Alexandre Frota num eventual governo…
Rodrigo Constantino
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