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Brasil, o planeta Bizarro. Ou: Irmã de sequestrador de Ana Hickmann o transforma em vítima
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O Brasil é como aquele planeta Bizarro, do superman, em que tudo é invertido, como num espelho da realidade. Nossos valores, após anos de lavagem cerebral esquerdista, ficaram todos subvertidos. O que era moral virou “fascista”, o que era virtude virou “vício”, e o que era vício, “virtude”. No país do mimimi, do vitimismo, os errados têm sempre razão, os culpados são sempre as vítimas. O mais novo exemplo disso está nas declarações feitas pela irmã de Rodrigo de Pádua, que invadiu o quadro de Ana Hickmann num hotel e acabou morto pelo cunhado da modelo.

A VEJA deu voz a ela, oferecendo, assim, o “outro lado”. Mas para tudo há limite, ou deveria haver. Podemos tentar compreender a dor dela, o sofrimento com a perda do irmão, ainda mais nessas circunstâncias. Mas não podemos aceitar calados tanta inversão. Seguem alguns trechos. Volto depois:

Em meio à dor de ver o irmão envolvido e morto em um caso policial que ganhou destaque em toda a imprensa nos últimos dias, Elaine de Pádua saiu em defesa de Rodrigo Augusto, o fã obcecado que fez a apresentadora Ana Hickmann de refém em um hotel de Belo Horizonte, no sábado passado. A ex-modelo estava na cidade para lançar uma linha de roupas. Para Elaine, Rodrigo agiu por “amor” e não por “maldade” e foi “assassinado com crueldade e frieza”. “Ele já estava imobilizado quando levou os tiros, os três pelas costas”, escreveu em mensagem no Facebook. Rodrigo Augusto de Pádua foi morto pelo cunhado de Ana Hickmann, Gustavo Corrêa, que também foi feito refém pelo fã e entrou em luta corporal quando ele teria avançado sobre a apresentadora, desarmando-o e então atingindo-o duas vezes na cabeça, além de uma terceira vez no braço. Segundo contou em entrevistas e à polícia, ele teria agido em legítima defesa: nesse meio tempo, a mulher de Gustavo, Giovanna, foi alvejada duas vezes por Rodrigo, no braço e no abdômen.

“Sinto muito pela apresentadora e sua família, sei que não foi fácil todo esse pesadelo, mas, por ela ser uma pessoa pública, estão nos crucificado e isso é injusto. Não estou aqui para defender ou isentar meu irmão da sua responsabilidade, ele não está mais entre nós para se defender. Estava transtornado sim, mas foi assassinado com crueldade e frieza”, escreveu Elaine. “Eu acredito no Deus de justiça e amor e sei que a verdade vai aparecer, caso isso não aconteça eu acredito na lei divina, porque essa não falha jamais.”

Para ela, o irmão só queria “conversar” com Ana Hickmann, e não fazer mal à apresentadora. “Muitas contradições nos depoimentos e, como minha mãe mesma disse, ele só queria conversar e vê-la… queria atenção de alguma forma. Não vamos esquecer que ele foi impulsionado pelo amor que tinha por ela, em seu mundo ele sofria muito com tudo isso… só quem convivia com ele sabe o que estou dizendo”, escreveu. “O amor levou o meu irmão a tudo isso, não à maldade e crueldade como estão falando.”

comentei aqui o caso do heroísmo do cunhado, que agiu com a virilidade necessária nessas horas para proteger as mulheres e a família. Mas é demais da conta aturar um sujeito obcecado e armado ser retratado como “amoroso” que “só queria conversar” ou “chamar a atenção”. Em que planeta essa gente vive? Entendo o eventual bloqueio da razão que os sentimentos podem provocar, a dissonância cognitiva para proteger da dor da verdade. Mas calma lá!

Ninguém que ama faz isso. Ninguém que quer conversar aponta uma arma para a cabeça do outro. E as palavras importam! Quem chama isso de amor está obliterando o conceito belo de amor. Quem chama isso de conversa vai acabar defendendo as intimidações criminosas de um MST da vida. É preciso mais cuidado com os conceitos.

Rodrigo não agiu por amor, e sim por loucura, obsessão, esquizofrenia, psicopatia. Poderia ser gentil com os demais, mas ali, claramente colocou a vida de Ana Hickmann e seus familiares em perigo, e provavelmente acabaria matando a todos se o cunhado não reagisse. Chamar de assassinato um ato de legítima-defesa é colocar a carroça na frente dos bois, trocar a ordem dos fatores, que, nesse caso, altera o produto.

Ele era o assassino em potencial. Não foi assassinado, e sim morto num legítimo ato de proteção de suas vítimas. Que a irmã não consiga perceber isso, vá lá. Mas sabemos que é a forma de pensar de muitos brasileiros, já devidamente doutrinados pelos “intelectuais” de esquerda. A clareza moral precisa ser resgatada em nosso país. Ou isso, ou seremos para sempre o planeta Bizarro, em que algoz vira vítima e vítima, algoz.

Rodrigo Constantino

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