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Brasil segue país do analfabetismo e professores perdem tempo com bobagens e doutrinação
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Deu numa reportagem da Folha:

O objetivo era atingir a meta em 2015, mas quatro anos se passaram e a porcentagem de brasileiros que não conseguem ler ou escrever nem um bilhete simples continua maior que o esperado. Em 2018 essa taxa foi de 6,8%, acima dos 6,5% imaginados para três anos antes pelo Plano Nacional de Educação.

O Brasil permanece com uma marca de 11 milhões de analfabetos, mesmo com 121 mil pessoas a menos nessa estatística se comparado com o ano anterior. Se seguir nesse ritmo, caindo 0,2 ponto percentual por ano, também ficará longe de outra meta: a de erradicar o analfabetismo até 2024.

Os dados fazem parte da Pnad Contínua da Educação 2018, pesquisa anual do IBGE em domicílios no país todo lançada nesta quarta (19), que considera pessoas com 15 anos ou mais. 

É muito analfabeto ainda, e tenho convicção de que esse número está subestimado. Afinal, o que tem de analfabeto funcional que acha que aprendeu alguma coisa de relevante, mas não sabe o básico do básico, faz com que o número total seja ainda maior.

Uma outra reportagem, da Gazeta do Povo, mostra um estudo que estima em cerca de um terço do tempo o desperdício dos nossos professores com questões administrativas ou distrações fora do conteúdo de suas matérias:

Os professores brasileiros estão entre os que mais perdem tempo com atividades não relacionadas ao ensino. É o que mostra a Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (Talis, na sigla em inglês), feita pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com 250 mil professores e diretores de escolas de 48 países ou regiões. A pesquisa também mostra que os professores brasileiros são alvo de mais intimidações e lidam em proporção maior com o bullying entre os alunos do que a média internacional.

Em média, professores no Brasil usam só 67% do tempo em sala de aula para atividades ligadas ao aprendizado. O restante é dedicado a tarefas administrativas, como a lista de presença, ou para manter a ordem na classe. O relatório da OCDE destaca o efeito cumulativo do desperdício de tempo no aprendizado – poucos minutos durante as aulas representam dias perdidos no fim do ano. O Brasil é o terceiro país com o pior aproveitamento de tempo em classe, atrás apenas da África do Sul e da Arábia Saudita. Na média, nos países que integram a OCDE, os professores aproveitam 78% da aula com as atividades de ensino.

Especialistas dizem que o desempenho do país está relacionado à falta de preparo dos professores – o que envolve desde inexperiência em sala de aula até profissionais alocados em disciplinas fora de sua área de formação. E há a falta de compreensão das demandas de alunos, cada vez mais estimulados pela tecnologia.

Acrescente-se a isso tudo o fator da doutrinação ideológica, muito comum em nossas escolas, e temos um quadro caótico. Falta de recursos, professores despreparados, tempo desperdiçado com bobagens, doutrinação ideológica, indisciplina e insegurança: a lista é grande. Como esperar alunos bem formados, preparados para a vida?

O governo atual vem priorizando, dentro do MEC, a questão da ideologia, que é um problema grave mesmo. Mas, como podemos ver, está longe de ser o único, ou mesmo o mais importante. Nossas escolas seguem como fábricas de analfabetos, apesar de custarem caro para o pagador de impostos.

O embate ideológico por meio do Escola Sem Partido é parte da solução, para limpar um pouco o vermelho quase hegemônico das salas de aula, onde militantes disfarçados de professores gritam “Lula Livre”, tentam “fazer a cabeça” dos alunos e incitam greves contra reformas necessárias; mas não é com declarações de guerra ao marxismo cultural nas redes sociais que vamos resolver a péssima qualidade de ensino no Brasil. O buraco é bem mais embaixo, como podemos ver.

Rodrigo Constantino

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