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Distorções da mídia afetam sua credibilidade: o caso de Gabriel Monteiro, o PM que “agrediu” um jovem no enterro de Ágatha
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Quando a mídia se transforma numa fábrica de Fake News, o público percebe e se afasta, ainda mais na era das redes sociais. Não há mais o monopólio da informação, pois cada um pode procurar na internet outras versões, ou melhor, os fatos.

As manipulações ideológicas da imprensa foram tema da minha coluna na Gazeta impressa deste fim de semana, resenha do livro novo de Mark Levin, Unfreedom of the Press. Um caso claro que ilustra isso ocorreu este fim de semana, com o enterro da menina Ágatha Félix, numa operação policial no morro do Alemão.

A politização da tragédia foi imediata, e atores em baixa aproveitaram para tirar casquinha do episódio, além de vários “progressistas” que desejam boicotar o projeto anticrime do governo Bolsonaro.

falei de quão abjeta e inaceitável é a politização disso, sob o risco de perdermos a humanidade, o elo comum que nos une, a despeito de visões políticas diferentes. Mas não tem jeito: parece que muitos querem só encaixar os fatos em sua narrativa ideológica, e dane-se o resto.

Esses abutres encontraram numa “confusão” entre morador de favela e policial a oportunidade perfeita para suas manchetes sensacionalistas: PM agride jovem em enterro de pobre menina! Quanta demagogia! E quanta inverdade…

Que os sites de extrema-esquerda apelem para esse tipo de tática, tudo bem: já é o que se espera desse esgoto vermelho mesmo. Eis alguns exemplos:

Mas que a Veja, veículo da mídia mainstream, tenha embarcado nessa canoa furada também, isso é realmente inaceitável e preocupante. E está longe de representar um caso isolado. Eis como a revista, que já gozou de muita credibilidade no passado recente, decidiu fazer sua chamada:

O curioso é que no próprio corpo da reportagem dá para ver que não foi “bem assim” que aconteceu. Por que, então, a manchete sensacionalista e um tanto distorcida? O policial Gabriel Monteiro divulgou em sua página um vídeo completo, em que deixa evidente a arapuca, a “pegadinha”, a armação de que foi vítima:

Em menos de 7 minutos qualquer jornalista pode averiguar o que de fato ocorreu. Como, então, publicar uma chamada tão mentirosa, que deturpa a essência da coisa?

O policial parece um budista, merece um prêmio de paciência, aguentou até o limite as provocações. O “jovem” mudou claramente de postura quando chegaram seus comparsas, e partiu para a agressão verbal, quase física, buscando uma reação. Quando se viu cercado, o PM decidiu sair correndo dali para não gerar uma situação pior. Em menos de 7 minutos, repito, qualquer um teria acesso aos fatos, o que não deixa muita margem para versões.

Enquanto a mídia agir assim, colocando os fatos em sua cama de Procusto e ora cortando até ficar do tamanho certo, ora esticando para atingir o mesmo objetivo, sempre com um padrão idealizado e pré-concebido de narrativa, o público vai mesmo desconfiar de tudo, o que é péssimo para a democracia. Esse tipo de manipulação dá munição para governantes que odeiam a liberdade de imprensa.

A história ali não é, obviamente, a “agressão” do policial ao “jovem”, e sim a tentativa frustrada de travar uma conversa civilizada sobre violência, pois o malandro tinha planejado uma “lacrada” em cima do coitado do policial, que tentou de tudo para preservar a civilidade. Qualquer outra narrativa é pura ideologia disfarçada de notícia…

Rodrigo Constantino

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