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Reagan x Carter: apenas alguém muito de esquerda escolheria o último Reagan x Carter: apenas alguém muito de esquerda escolheria o último

Outro dia mesmo FHC disse que o ministro Joaquim Levy era mais liberal do que ele, como se isso fosse algo difícil. Levy, que vem recebendo – e merecendo – inúmeras críticas dos verdadeiros liberais, pois liberal algum que se preza defenderia aumento de impostos num país como o nosso, não deve estar com muito prestígio na Universidade de Chicago, onde fez seu doutorado, já que a escola de Milton Friedman jamais compactuaria com as medidas do governo Dilma e seu “ajuste fiscal”.

Mas eis que agora Fernando Henrique escreve um artigo no GLOBO enaltecendo a “liderança moral” de Jimmy Carter, talvez o segundo presidente mais medíocre dos Estados Unidos nas últimas décadas (o primeiro, claro, é Obama). Lamento o câncer de Carter, e toda a minha solidariedade ao ser humano que merece nosso respeito. Mas não é por sua doença que vamos ignorar seu legado negativo tanto para os americanos como para o mundo. Diz FH:

Durante a campanha presidencial americana de 1980, aliados de Ronald Reagan acusaram Carter de ter comprometido as relações de Washington com Brasil e outros governos autoritários em nome da defesa dos direitos humanos. Carter se manteve fiel a seus princípios, como sempre. Ele perdeu seu pleito por reeleição. No entanto, pode-se dizer que a perda dos Estados Unidos foi ganho nosso. Os bons trabalhos realizados por Carter na região — e no mundo — estavam apenas começando.

Perda para os americanos? Terem colocado no poder Ronald Reagan em vez de dar mais quatro anos ao fracassado Jimmy Carter, que levou seu país à estagflação? Os “bons resultados” dos trabalhos realizados por Carter estavam apenas começando? Quais? A escalada do populismo latino-americano? Fora do nosso continente, a chegada ao poder dos aiatolás malucos no Irã? Carter é o ícone daqueles que colocam a retórica acima dos resultados concretos, as “lindas intenções” à frente do realismo frio. É o típico guru da esquerda caviar!

Sua “liderança moral”, após a saída do governo, foi chancelar pleitos “democráticos” claramente falsificados, distorcidos pelo abuso da máquina estatal, como na Venezuela de Hugo Chávez. Carter emprestou seu “prestígio” para regimes nefastos, foi, na melhor das hipóteses, um inocente útil da esquerda radical, e na pior delas seu cúmplice consciente. Ou seja, se não desejamos colocar seu caráter em xeque, a única alternativa é considerá-lo um banana, um bobo manipulável.

Quem valoriza mais os resultados obtidos do que as nobres intenções propagadas, não pode colocar Carter à frente de Reagan. Foi o presidente liberal-conservador que conseguiu colocar a União Soviética de joelhos, contribuir para a derrubada do Muro de Berlim, levar mais prosperidade para o mundo todo que abraçou sua visão de mercado e de privatizações, inclusive no Brasil de FHC. Se dependesse de Carter, teríamos “inspeções” nas eleições que manteriam populistas e demagogos no poder, espalhando apenas miséria e corrupção.

Ao tomar partido e escolher Carter, chegando a lamentar sua derrota para Reagan, FHC demonstra, uma vez mais, não passar de um “progressista” que pode até ser mais civilizado, educado e razoável do que seus pares radicais, mas que nem por isso deixa de ser de esquerda. Que alguém assim seja “acusado” de ser “neoliberal” e de direita diz muito sobre o atraso intelectual do Brasil, um país que acha que o PSDB representa para os brasileiros o que Reagan representa para os americanos.

Rodrigo Constantino

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