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Gillette adere ao movimento feminista e faz comercial conclamando homens a combaterem sua “masculinidade tóxica”
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O novo comercial da P&G, dona da marca Gillette, conclama os homens a combaterem sua “masculinidade tóxica”. Com essa propaganda, a empresa está endossando o movimento feminista #MeToo. A campanha pretende alterar comportamentos sociais e se adaptar aos tempos modernos, onde a concepção de “macho” anda um tanto fora de moda e os homens tradicionais devem se sentir culpados só por serem homens numa “sociedade machista e patriarcal”. É puro “lacre”!

O comercial, chamado “nós acreditamos”, abre com um áudio com notícias sobre o movimento #MeToo condenando a tal “masculinidade tóxica”. O narrador, em seguida, questiona a noção de que “garotos serão garotos”, perguntando: “Isso é o melhor que um homem pode obter?” Há uma lição de moral, de que não podemos mais rir de certas coisas, achar legal comportamentos tidos como ofensivos para com mulheres.

A condescendência paternalista do anúncio é evidente: as mulheres precisam que os homens sejam mais delicados e cuidadosos com elas, caso contrário não podem se defender sozinhas. A tentativa do comercial é agradar as feministas, ao “instruir” aos homens como eles deveriam se comportar. Mas o tiro pode sair pela culatra, ao tratar as mulheres como “sexo frágil”. Talvez pregar o direito de mulheres terem armas para se defender dos brutos fizesse mais sentido, mas não cairia bem com a esquerda desarmamentista.

A propaganda da Gillette “ensina” aos homens como agir diante de outros homens “atrasados”, impedindo cantadas mais agressivas nas ruas, separando garotos que brigam etc. Os homens modernos e do futuro são aqueles que se sensibilizam com as microagressões e também se sentem ofendidos com tudo, passando a crer numa versão mais emasculada dos homens. Em suma, o “homem” do futuro é uma espécie de Trudeau!

Não passa pela cabeça dessa gente que, para impedir um homem violento, outro homem corajoso talvez se faça necessário. Na mentalidade romântica e ingênua dos “progressistas”, tudo se resolve com “conversa”, como a personagem de Jodie Foster em “O deus da carnificina”, de Polanski. São os mesmos bobocas que querem impedir estupros de mulheres por muçulmanos na Europa com protestos usando saias.

Toda essa tentativa de “lacrar”, porém, tem sido bastante arriscada do ponto de vista comercial. Afinal, fala muito mais a uma elite “progressista” do que ao povo, e sem consumo de massa o lucro desaparece. Por isso já virou um slogan: quem quer lacrar não vai lucrar. Empresas que se tornaram instrumentos dos “justiceiros sociais”, normalmente com seus departamentos de marketing nas mãos de millennials com cabelos roxos, têm sofrido as consequências no mercado.

O tremendo sucesso de Jordan Peterson, o psicólogo canadense que comprou a briga contra a “ideologia de gênero” em sua universidade em Toronto, mostra a demanda reprimida pela mensagem de resgate da masculinidade, que não pode ser confundida com ser ogro, machista ou agressivo com mulheres. Isso é uma caricatura absurda das feministas que normalmente odeiam homens e preferem usar a ideologia contra eles em vez de buscar tratamento no divã para suas experiências ruins com pais ou namorados. Generalizar dessa forma, projetando suas decepções particulares a todos, é simplesmente uma injustiça.

Agora só me resta, em nome do resgate da masculinidade e das tradições, buscar uma velha barbearia para fazer a barba com navalhas. Aquela Mach3 da Gillette vai pro lixo como forma de protesto…

Rodrigo Constantino

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