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Governo tem que cortar gastos, afirma líder tucano. Ou: O liberalismo ganha força no país!
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Primeiro foi o tremendo cara de pau Lula surpreendendo o mundo com duas revelações bombásticas, e não falo de ele ser a alma mais honesta deste país. Ele disse que não é esquerdista, mas de esquerda, e que ficou mais de esquerda quando passou a ler recentemente, concluindo que é um “liberal”. A confusão mental e ideológica poderia ser apenas isso, confusão, mas prefiro enxergar método na “loucura”.

Lula se diz um liberal agora pois sabe que ele mesmo chamuscou totalmente a esquerda, e está fora de moda enaltecer Che ou Marx. Ele quer apenas surfar a onda do liberalismo crescente em nosso país, graças em boa parte ao próprio estrago que seu governo petista causou na economia, e também ao esforço heroico de alguns, que vêm espalhando a mensagem liberal por aí e fazendo previsões acertadas sobre os rumos desgraçados do esquerdismo.

Mas disse que foram duas revelações bombásticas, e ficou faltando uma. Mais surpreendente do que Lula se dizer um liberal é ele revelar… que está lendo! Um espanto para alguém que dizia ter azia ao pegar um livro, e vivia enaltecendo a própria ignorância. Como disse Bruno Garschagen, se Lula está lendo então a civilização tem salvação!

Só que Lula não foi o único a tentar tirar uma casquinha do liberalismo na moda. O prefeito socialista de São Paulo, Fernando Haddad, disse que não existe almoço grátis (nem passagem, nem viagem à Disney), usando o famoso conceito do liberal Milton Friedman. No caso desses petistas, só mesmo a ingenuidade para fazer crer que mudaram de fato, que aprenderam sobre as vantagens do liberalismo clássico (livre mercado, estado reduzido) e as desvantagens do esquerdismo que pregam (intervencionismo, poder e recursos concentrados no governo).

Já no caso dos tucanos há esperança! Tradicionalmente de esquerda, influenciados pelo socialismo fabiano, os tucanos deram vários sinais de que podem representar uma esquerda light e mais civilizada, com algum viés liberal na economia. Longe do ideal, eu sei, mas como (quase) tudo é relativo, isso seria um baita upgrade ao que temos hoje, esse PT com DNA comunista inspirado no bolivarianismo chavista.

E há declarações de importantes figuras do PSDB cada vez mais liberais, o que aponta para uma tendência positiva. É o caso de Cássio Cunha Lima, líder do PSDB no Senado, que disse que o governo não vai conseguir retomar o aumento da arrecadação só com oneração de impostos sem tapar o buraco dos gastos públicos, reforçando que a sociedade não aguenta mais pagar impostos. E lembrou, ainda, quem produz riqueza de fato:

Cada vez mais se comprova que o governo precisa controlar os seus gastos, porque o orçamento público é como uma caixa d’água. Não adianta olhar apenas para o que entra, que é a receita, mas é preciso controlar tudo aquilo que sai, ou seja, a despesa. O estado não gera riqueza. Quem gera riqueza é a sociedade, os trabalhadores, os empresários, aqueles que produzem. Não é correto que o governo queira aumentar mais impostos para aumentar a arrecadação, ou seja, a entrada de água na caixa d`água, sem ter controle daquilo que sai.

O tucano disse que seu partido votará contra a volta da CPMF, o que era esperado, mas continua sendo alvissareiro. O Brasil chegou ao limite dos abusos estatais. A social-democracia tem boa parcela de culpa, e o PT catalisou o encontro com o muro, com suas trapalhadas e seu populismo. Reformas liberais que reduzam o escopo do governo são cruciais se quisermos resgatar o desenvolvimento.

É bom saber que cada vez mais tucanos se dão conta disso, e flertam abertamente com a receita liberal. Os velhos caciques do partido, como José Serra, FHC e agora Alckmin, que resolveu flertar com o MST, precisam dar espaço para a nova geração com ideias mais atualizadas. E a prova de que as ideias liberais ganham força está no oportunismo de alguns petistas, que sentem os ventos de mudança e tentam ficar bem na foto também.

Ou o Brasil dá uma chance ao liberalismo, ou vamos mesmo afundar de vez!

Rodrigo Constantino

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