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Mil vezes a coragem de Thatcher que a “testosterona” de Ciro Gomes
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O pré-candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, atacou possíveis postulantes de outros partidos ao posto durante um almoço com empresários na Firjan, no Centro do Rio, na tarde desta quinta-feira, 19. Sobre Marina Silva, o ex-governador do Ceará disse que não a vê com energia para a disputa e que, além disso, “o momento é muito de testosterona”, hormônio masculino. Também dirigiu críticas aos tucanos Geraldo Alckmin, João Dória e Aécio Neves, a quem chamou de “cadáver político”.

Ciro é conhecido por seus arroubos verborrágicos e por seu lado bronco, incontrolável, que já foi responsável por outros tiros no pé no passado, como quando disse que a “função” de sua então mulher, a atriz Patrícia Pillar, era “dormir com ele”. Sem filtro, ou até mesmo alterado por alguma substância, Ciro demonstra todo seu lado de “coroné nordestino”, como quando bateu boca com manifestantes em frente à casa de seu irmão.

A fala de Ciro é claramente machista. Mas à exceção de uma ou outra, não vimos uma reação histérica e organizada dos movimentos feministas. Tampouco a fala foi motivo para capa de jornal, ao menos os principais ignoraram. Podemos apenas imaginar como seria a reação se fosse Jair Bolsonaro a dizer a mesma coisa…

Isso comprova o duplo padrão da turma, lembrando que feminismo tem tudo a ver com esquerda e quase nada com mulher. Fosse diferente e as feministas teriam ficado revoltadas com o ex-presidente Lula quando falou de “mulheres de grelo duro”, ou com Marcelo Freixo, quando sua própria ex-mulher o acusou de abusos. Mas o silêncio nessas horas é a confissão do viés ideológico.

E outra forma de expor essa hipocrisia é citar uma grande mulher, uma das maiores estadistas que o mundo já teve: Margaret Thatcher. Se o feminismo é sobre o “empoderamento” da mulher, como as feministas podem desprezar aquela que governou por mais de uma década do Reino Unido e era chamada de “dama de ferro”?

Mas Thatcher tinha dois “defeitos” inaceitáveis: era conservadora, e não precisava do movimento feminista, que rejeitava. E se é para dar um nó geral na cabeça das feministas, podemos repetir: mil vezes a coragem de Thatcher que a “testosterona” de Ciro Gomes! Sim, porque Thatcher era corajosa de verdade, enfrentava máfias sindicais, ao contrário de Ciro, que fica ao lado das máfias sindicais e gosta de enfrentar apenas as pessoas comuns, o povo desprotegido, como quando maltratou uma senhora que pedia ajuda para um tratamento.

A esquerda fez uso da cartada sexual quando Dilma era candidata, e deu no que deu. Não por ela ser mulher, mas por ser aquela mulher, uma anta, uma despreparada, uma socialista. Quando o socialista Bernie Sanders disputava as primárias com Hillary Clinton, a atriz Susan Sarandon, ativista da esquerda radical, chegou a escrever que não se deveria “votar com a vagina”, fazendo campanha para o velho socialista. A esquerda é assim: seletiva na hora de escolher se o sexo é relevante ou não.

Mas ele nunca é, ou nunca deveria ser. Só a esquerda acha o contrário, quando interessa. Não é de testosterona que precisamos, mas de coragem para enfrentar os grupos organizados de interesses, os sindicatos e “artistas” que mamam nas tetas estatais, os grandes empresários que dependem do BNDES, os funcionários públicos privilegiados. Precisamos de integridade moral, em meio a tanta corrupção. E precisamos de boas ideias, de princípios liberais e conservadores, para resgatar os valores morais e a economia, destroçados pela esquerda.

Nada disso Ciro tem para oferecer. Restou-lhe a tal “testosterona”. Ele atacava Marina Silva, numa autofagia esquerdista. Mas Marina tampouco serve, e não por ser mulher ou ter falta de testosterona, e sim por ser também esquerdista, defender as ideias equivocadas, ter sido conivente com a quadrilha petista, representar uma espécie de PT embalado à clorofila, nessa rede que só pesca trouxa.

Não importa se homem ou mulher; importa se defende as ideias certas ou não, se é honesto ou não, se tem coragem ou não. Repito: mil vezes a coragem de Thatcher que a “testosterona” de Ciro Gomes, ou a clorofila da Marina Silva.

Rodrigo Constantino

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