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Muito além dos limites: o PT debocha da República
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Para o PT, a democracia sempre foi uma "farsa" para se chegar ao poder, seu único objetivo verdadeiro. Os valores republicanos, que separam partido de governo e este do estado, nunca foram caros aos petistas. Recentemente, após o julgamento do mensalão, qualquer disfarce remanescente foi por água abaixo.

O excelente editorial do Estadão de hoje toca na ferida, até com timidez. O PT não foi além dos limites, mas muito além de qualquer limite razoável. Flerta com regimes tiranos pois é o que deseja para o Brasil. Não tem apreço nenhum pela liberdade, pela democracia e pela República. Diz o jornal:

O que se pode esperar de um partido político cujas principais lideranças e, em consequência, sua militância são incapazes de distinguir o público do privado? Os petistas têm extrapolado todos os limites do comportamento democrático e republicano nas manifestações de repúdio à condenação dos mensaleiros pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O desacato ostensivamente praticado pelo petista André Vargas, vice-presidente da Câmara dos Deputados, ao presidente da Suprema Corte, Joaquim Barbosa, sentado a seu lado durante a solenidade de abertura do ano legislativo, mostra mais uma vez que o lulopetismo se considera acima das instituições da República: Joaquim Barbosa representava naquele ato o Poder Judiciário. Não podia ser tratado como um "inimigo" do PT e provocado pelo parlamentar paranaense com a reiterada exibição de um gesto, o punho cerrado, que se tornou o debochado símbolo de protesto dos mensaleiros encarcerados. Não bastasse isso, Vargas, em mensagens pelo celular, escreveu que gostaria de dar "uma cotovelada" em Barbosa. Ontem, desdisse o que havia escrito.

A companheirada se considera detentora do monopólio da virtude e, nessa condição, autorizada a lançar mão de qualquer meio para cumprir sua missão redentora. Mas, no mundo real, os militantes partidários, mesmo quando investidos de mandato popular ou de autoridade delegada, estão, como toda a cidadania, obrigados a respeitar a lei, as instituições, os procedimentos da convivência democrática. E certamente a desrespeitosa atitude de André Vargas no plenário do Congresso Nacional não foi um bom exemplo, exceto para os correligionários habituados a se comportarem como torcedores de futebol organizados em gangues.

Erram aqueles que condenam apenas uma ala mais radical do partido. O PT como um todo é cúmplice desses, pois oficialmente não só não os condena, como ainda os defende, recusa-se a seguir o próprio estatuto e expulsá-los. Prefere o escárnio com as leis, com os demais poderes, com o povo. Prefere tratar o presidente do STF, indicado pelo próprio governo do PT, como um inimigo pessoal, pois ousou aplicar as leis.

Vou além: são cúmplices também todos aqueles que já tomaram conhecimento de tudo isso, e mesmo assim pretendem continuar votando no partido. Errar é humano. Muitos podem ter sido enganados, ludibriados, podem ter acreditado na verdadeira farsa, que é o próprio PT.

Mas insistir no erro não tem mais desculpa. Votar no PT hoje, defender o PT atualmente, é cuspir na democracia, nas leis, na República frágil e ainda em formação em nosso país.

É, também, cuspir até nos direitos humanos e aplaudir a escravidão, como fica claro no caso da médica cubana que pediu asilo e expôs as condições de seu trabalho aqui, ferindo nossa Constituição e nossas leis trabalhistas, tudo sob a cumplicidade do próprio governo petista.

Por essas e outras tenho dito, sem papas na língua: o PT parece mais um grupo mafioso em vez de um partido político, e não tem simpatizantes; apenas cúmplices.

Rodrigo Constantino

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