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O antiamericanismo de Jabor
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Arnaldo Jabor tem escrito bons textos quando faz uma mea culpa de seu passado comunista. Ele analisa sua própria estupidez juvenil, seu sonho utópico, sem desejo de “salvar a Humanidade” que servia, também, para “pegar” meninas fáceis (como ele já confessou). Ele faz duros ataques ao lulopetismo que são bastante pertinentes também.

Mas quando ele fala dos Estados Unidos… sai de baixo! O velho ranço ideológico volta com tudo. Seu ódio ao “império estadunidense” juvenil não foi completamente abandonado; está lá, latente, escondido, pronto para vir à tona com força total no menor pretexto.

E não foi diferente hoje. Seu artigo demonstra como é difícil superar antigas ideologias enraizadas no âmago de nosso ser. Eis o que diz Jabor:

O que impressiona na destruição de Hiroshima é a morte “on delivery”, “de pronta entrega”, sem trens de gado humano, morte “clean”, “americana”. A extinção em massa dos japoneses no furacão de fogo fez em 1 minuto o trabalho de meses e meses do nazismo.

Os nazistas matavam em nome do ideal psicótico e “estético” de “reformar” a humanidade para o milênio ariano. As bombas americanas foram lançadas em nome da “Razão”. Na luta pela democracia, rasparam da face da Terra os “japorongas”, seres oblíquos que, como dizia Truman em seu diário:

“São animais cruéis, obstinados, traidores”. Seres inferiores de olhinho puxado podiam ser fritos como “shitakes”…

A bomba A agiu como um detergente, um mata-baratas. A guerra como “limpeza”, o típico viés americano de tudo resolver, rápida e implacavelmente… A bomba americana foi considerada uma “vitória da ciência”.

A destruição de Hiroshima foi “desnecessária” militarmente. O Japão estava de joelhos. Diziam que Hitler estava perto de conseguir a bomba – o que é mentira. Uma das razões reais era que o presidente e os falcões da época queriam testar o brinquedo novo. 

Eu escrevi aqui um texto, após ver o filme Emperor, explicando melhor o contexto das bombas de Hiroshima e Nagasaki. Como fica claro, o cenário é bem diferente desse pintado por Jabor. Leandro Narloch, em seu novo guia politicamente incorreto, agora da história do mundo, argumenta também que as bombas americanas podem, no final das contas, terem salvo vidas!

Claro que podemos discordar da decisão dos americanos. É legítimo, e o debate é complicado. O que não podemos fazer é isso que Jabor fez: distorcer totalmente os fatos para pintar os americanos como nazistas cruéis e insensíveis, que, do nada, resolveram exterminar japoneses porque os consideravam insignificantes e inferiores. Menos, Jabor. Menos…

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