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O DEM não é um partido liberal, e como prova, Rodrigo Maia já quer mais imposto
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Falar em ideologia na política brasileira é até complicado. Existem inúmeras siglas, mas nenhum partido, com base programática sólida. À exceção, talvez, dos partidos de extrema-esquerda, como PT e PSOL, que defendem abertamente o socialismo. O restante é um saco de gatos – ou melhor, de ratos – de olho apenas no poder, nos cargos públicos, nos privilégios.

Mas o DEM, que já foi PFL, é o partido mais associado ao liberalismo. Há, de fato, alguns poucos nomes ali realmente alinhados ao pensamento mais liberal. Mas como presidente do Conselho do Instituto Liberal, representante de certa forma do liberalismo, portanto, devo dizer que dispenso a associação. Não queremos em alguém como Rodrigo Maia a representação política de nossas ideias.

A começar pelo fato de que liberal algum defenderia a inevitabilidade do aumento de impostos num país como o Brasil, como fez Maia, ao declarar que subir impostos é a “única alternativa”. Não! Mil vezes não! A única alternativa é reduzir os gastos públicos, o tamanho do estado, o escopo do governo, cortando privilégios dos funcionários públicos, verbas de ONGs, ministérios, e fazendo uma reforma previdenciária para valer.

Esse papo de que o problema não é tanto o tamanho do estado, mas sua eficiência, e que o importante não é a carga tributária, mas seu uso, é papo de esquerdista que quer, no fundo, manter o gigantismo estatal. Digo com toda a clareza: não há país no mundo hoje em que um legítimo liberal poderia pregar mais impostos. Todos possuem um governo inchado demais para o gosto liberal. Até a Suíça!

No Brasil, então, só pode ser piada alguém se dizer liberal e defender depois aumento de impostos. O estado arrecada mais de 35% do PIB, gasta mais de 40% do PIB, e praticamente tudo a fundo perdido. Temos caos na segurança, escolas públicas que são verdadeiros antros de doutrinação e produção de analfabetos funcionais, hospitais que matam milhares em filas de espera, transporte caótico etc. Só mesmo um maluco pode defender mais impostos num quadro desses.

Merval Pereira, em sua coluna de hoje, fala do “renascimento” do DEM, aquele que Lula queria exterminar, e conclui, depois de reconhecer que tudo isso acaba sendo puro jogo de poder:

E mais uma vez serão as questões regionais que reunirão os dissidentes do PSB mais ligados ao liberalismo econômico ao DEM, que ressurge no quadro político nacional.  O senador Agripino Maia, que surgiu como presidente de conciliação quando da dissidência de Kassab, defendia sempre a idéia de que o DEM é o único partido liberal deste país.

Maia vê hoje o partido reforçado em suas convicções, que já classificou de “um partido moderno”, em vez de “partido de direita”. A união com o PSB vem de longa data, quando o partido socialista chegou a imaginar uma união com o PSD de Kassab, principalmente pela força em São Paulo, onde hoje Marcio França é vice do governador Geraldo Alckmin e poderá assumir o governo caso o governador saia para disputar a presidência da República pelo PSDB.

[…]

O Democratas espera assumir o papel de um grande partido liberal, próximo especialmente da classe média, trabalhando questões que afetam seu dia a dia, como meio ambiente, altos impostos, desemprego e insegurança pública. A refundação programática do partido, numa posição que classificam de “centro humanista e reformador”, já se desenhava desde uma reunião da Internacional Democrática de Centro (IDC) realizada no Rio, em 2005.

A IDC se contrapõe à Internacional Socialista, que reúne os partidos de esquerda e sociais-democratas no mundo. O que os Democratas defendem é que está na hora de uma verdadeira experiência liberal, com uma reforma do pacto federativo para diminuir o tamanho do Estado para conseguir também uma redução de impostos.

Essa seria boa plataforma para uma eventual gestão de Rodrigo Maia na presidência da República, que traria revigorada a possibilidade de aprovar as reformas estruturais que o governo Temer já não tem fôlego político para liderar.

De centro, vá lá; mas liberal? Não! Não nego que uma eventual gestão Maia seria bem menos pior do que o lulopetismo, como aliás o próprio governo Temer já é. O PT é socialista, repito, e destruiu o Brasil. Não é fácil ser pior do que isso. Mas daí a colocar tais figuras como representantes do liberalismo vai uma longa distância. Nós liberais continuamos em busca de representantes legítimos, não de gente que finge ser liberal, mas prega mais impostos como algo inevitável. A busca continua…

Rodrigo Constantino

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