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O império contra-ataca e o retorno de Jedi
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“Hey you don’t tell me there’s no hope at all

Together we stand, divided we fall.” – Hey You, Pink Floyd

Os petistas sentiram a chapa esquentar com a convenção do PSDB mostrando união e subindo em alguns decibéis o tom das críticas, considerando inclusive a possibilidade do impeachment. O PT fez uma reunião de emergência para tratar do assunto, e Dilma tem tentado passar tranquilidade, algo que, convenhamos, é impossível nas atuais circunstâncias.

Os petistas voltam suas críticas para o ministro Eduardo Cardozo, que teria deixado a Polícia Federal agir com muita liberdade. Um deputado chegou a afirmar que os investigadores se acham um quarto poder, mas frisou que eles não têm voto, como se voto fosse salvo-conduto para ignorar as leis!

A presidente Dilma, em entrevista para a Folha, repetiu duas vezes que não vai cair: “Eu não vou cair. Eu não vou, eu não vou. Isso aí é moleza, é luta política”. Não é preciso ter estudado Freud ou Lacan para saber que a tentativa de demonstrar segurança trai a enorme insegurança por trás dos panos. Dilma parece tentar se convencer de que não vai cair, como Dirceu já tentou se convencer de que era inocente, alegando que estava cada vez mais convencido de sua inocência. A tranquilidade de Dilma é pura farsa.

Outra reação do PT foi típica: acusar a oposição de “golpista”. Em desespero, e sentindo o calor do maçarico ligado pelo PSDB, o partido tenta bancar a vítima, como se fosse uma tentativa de golpe exigir a aplicação das leis. Ou seja, agora é “golpismo” fazer com o PT o que o PT fez com Collor, sendo que há muito mais podridão vindo à tona no governo Dilma do que no do seu novo aliado.

Quanto às “pedaladas fiscais”, o tom acertado pelo PT foi o de alegar que sempre existiu, inclusive na era FHC. É mentira, claro. Nunca se abusou tanto dessas falcatruas contábeis para enganar a Lei de Responsabilidade Fiscal. No mais, é hilário ver o PT saindo do “nunca antes na história deste país” para o “sempre antes na história deste país”.

O que estamos vendo é que o império contra-ataca, não vai se render facilmente, nem mesmo com míseros 9% de aprovação e 68% de rejeição. As “forças do mal” são resistentes, e sua atração pelo poder é fatal. Darth Vader analisa todas as possibilidades para sua própria salvação, mas já percebeu que sem sua criatura viva, dificilmente terá chances em 2018. Os petistas estão ficando com poucas alternativas.

Dito isso, seria besteira subestimar sua capacidade de sobrevivência. Para ficar na analogia com filmes, o PT parece o Jason do “Sexta-Feira 13”, aquele que parecia completamente morto, mas ressurge do pântano para destroçar suas vítimas. Não morre nunca, o desgraçado. E continua empilhando cadáveres pelo caminho.

Mas é bom lembrar que, após “O império contra-ataca”, vem “O retorno de Jedi”. Se há uma coisa boa nessa longa e funesta fase do lulopetismo, é o fato de ter despertado milhões de brasileiros da sonolência. O PT conseguiu unir a oposição, “politizar” as pessoas, não no sentido que eles dão ao termo, mas no bom sentido: muitos entenderam que sem reação estão perdidos. Graças ao PT, hoje o Brasil tem finalmente um movimento crescente de direita, algo que não se via há décadas.

Até mesmo os tucanos, ilustres presenças em cima do muro, percebem que ou intensificam o tom do combate, ou serão atropelados por alternativas mais conservadoras que poderão capturar a indignação do povo brasileiro. Darth Vader tenta se reagrupar, reunir seu bando novamente. Mas os Jedi são mais poderosos, não no âmbito individual, mas quando considerados em conjunto. Por isso o recado de Aécio Neves é importante: não dispersar!

Rodrigo Constantino

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