Considero o termo sobrevalorizado, fruto da era moderna. O filósofo Pondé chama isso de “marketing do comportamento”, lembrando que as verdadeiras virtudes são silenciosas, não tagarelas. Ou seja, quem tem autoestima mesmo não precisa ficar reafirmando o tempo todo que é o máximo, só porque sabe dar uma festa animada e sem maiores incidentes. Isso parece coisa justamente de gente insegura.
O complexo de vira-latas não é só o derrotismo crônico de quem acha que nada nosso presta. É, também, o ufanismo boboca dos que abanam o rabo para qualquer elogio de fora, ainda que falso, enquanto mostram os dentes raivosos para toda crítica, ainda que verdadeira.
Achar que só com “autoestima” vamos longe é uma doce ilusão. Coisa de pais que acreditam que basta repetir como o filho é especial para que ele efetivamente seja diferenciado. Na vida real não funciona assim. Depois, quando vem o fracasso, resta cuspir no sucesso alheio e enaltecer a própria mediocridade, repetindo que todos são especiais – o mesmo que dizer que ninguém o é.
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