Muito já se falou do viés da imprensa na cobertura das manifestações, fazendo de tudo para vender a ideia (falsa) de que foi um fracasso o “esquenta” pelo impeachment de Dilma. Há inúmeras maneiras de manipular os fatos e contar uma enorme mentira com meias verdades.
Uma delas é comparar uma manifestação “organizada” (são, em boa parte, espontâneas, algo que a imprensa não entende) em cima da hora com a maior de todas, que levou mais de um milhão de pessoas às ruas. Extrair disso a mensagem subentendida de que o apoio ao impeachment está perdendo força é algo simplesmente absurdo.
Eis o fato incômodo: dezenas de milhares foram às ruas espontaneamente protestar, uma vez mais, contra o governo petista e a favor do impeachment da presidente Dilma. Como escreveu Leandro Ruschell, “Você percebe que um governo já acabou quando comemora o fato de ‘apenas’ 200 mil pessoas em 100 cidades pelo país pedirem o impeachment”. A que ponto chegamos?
Mas o que mais choca é mesmo o duplo padrão da mídia. Se meia dúzia de vagabundos que se dizem estudantes, alguns com quase 30 anos na cara, invadem escolas ou param avenidas paulistas com pneus em chamas, então o relato é de um grande protesto popular contra o governo Alckmin. Por outro lado, milhares de famílias pacificamente tomando as ruas de inúmeras cidades é “baixa adesão” ao impeachment.
Se mascarados destroem lojas e bancos e atacam policiais, “ativistas” estão expressando a revolta com a queda dos serviços públicos e isso justifica mais gastos estatais, pela bizarra ótica esquerdista. Mas se dezenas de milhares vão às ruas de forma civilizada, então houve um fracasso.
Sucesso mesmo deve ser o protesto chapa-branca dos defensores do PT, a “gangue do pixuleco”, formada pelos suspeitos de sempre, como CUT, MST e UNE, ou seja, a turma que mama nas tetas do governo. Os conceitos de sucesso e fracasso são bem flexíveis e relativos na mão dos nossos “jornalistas”. Ah, se nossa grande imprensa tivesse jornalistas mais comprometidos com os fatos…
Aproveito para perguntar: onde está a Fox News do Brasil?
Rodrigo Constantino
Deixe sua opinião